EDP reduz cotação em Nova Iorque a programa de ADR de nível 1

A EDP anunciou hoje a intenção de reduzir a sua presença na bolsa de Nova Iorque, deixando de estar listada e passando a ter um programa de ADR, devido aos custos, ao baixo volume de transacções e à fusão entre a Euronext e a NYSE.

Agência LUSA /

Em comunicado divulgado através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a EDP - Energias de Portugal refere que já escreveu à New York Stock Exchange (NYSE) a dar conta da sua intenção de retirar de negociação as suas American Depositary Shares (ADS).

No comunicado, a EDP justifica esta decisão com o facto de "o volume médio de transacções diário das acções representadas por ADS na NYSE" ter "permanecido relativamente baixo desde 2002", tendo representado, "nos anos 2005 e 2006, menos de 3 por cento do total das acções transaccionadas em todos os mercados financeiros onde a EDP se encontra cotada (ajustado para reflectir o rácio de 1 ADS por 10 acções)".

Além disso, "as acções representativas do capital social da EDP encontram-se admitidas à negociação na Euronext Lisbon, agora pertencente à plataforma da NYSE-Euronext, onde o volume médio de transacções representa cerca de 98 por cento do total das acções negociadas globalmente".

"A retirada de negociação na NYSE irá contribuir para a concentração da liquidez da empresa numa só plataforma de negociação", refere.

A EDP explica, também, que adopta, desde 2005, "as normas internacionais de contabilidade IFRS que são consideradas equivalentes às normas U.S. GAAP em termos de divulgação e qualidade de informação disponibilizada aos investidores".

Assim, "a EDP acredita não ser já necessária a publicação de contas consolidadas de acordo com estes dois critérios de divulgação de informação financeira, o que permite uma redução dos custos administrativos bem como da complexidade associada ao cumprimento de conjuntos de regras contabilísticas similares".

Finalmente, "considerando o limitado volume de negociação na NYSE, a EDP acredita que os custos associados à manutenção da listagem nas duas plataformas ultrapassam os benefícios associados a tal admissão à negociação e registo".

Assim, citado no comunicado, o presidente do conselho de administração executivo da EDP, António Mexia, refere que a eléctrica portuguesa pretende, apenas, manter "um programa de `Level I ADR`", possibilitando aos investidores norte-americanos "reterem os seus ADS" e "facilitando, em simultâneo, a sua negociação no mercado secundário over-the-counter dos Estados Unidos".

"A presença da EDP no mercado norte-americano, nomeadamente no sector das energias renováveis, constitui actualmente um dos pilares de crescimento do grupo", refere ainda Mexia, acrescentando que valoriza "a presença dos investidores americanos" na estrutura accionista.

Os ADS são a forma de as empresas estrangeiras estarem cotadas na bolsa norte-americano, em contínuo, implicando o cumprimento de todas as obrigações a que estão sujeitas as empresas locais, ficando sob a alçada das autoridades norte-americanas.

Este tipo de títulos permite aos investidores residentes nos Estados Unidos negociarem acções de empresas estrangeiras em dólares, nos mercados norte-americanos, com intermediários norte-americanos, da mesma forma que o fazer com as acções das empresas norte-americanas.

Os American Depository Receipts (ADR) têm 3 níveis e, no nível 1, o mais baixo, não obrigam as empresas a cumprir os mesmos requisitos de informação que as empresas norte-americanas, mas não são negociadas em contínuo.

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