EDP regista redução na procura de electricidade

A EDP registou, nos primeiros cinco meses do ano, uma redução na procura de electricidade de 3,1 por cento e o crédito malparado já ultrapassa os 200 milhões de euros. Os clientes do sector industrial foram os que mais cortaram no consumo.

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Consumo de electricidade em queda nos primeiros cinco meses do ano RTP

"Nos primeiros cinco meses do ano houve uma redução do consumo, face a igual período do ano passado, de 3,1 por cento", revelou Jorge Cruz de Morais, administrador da EDP para a área comercial.

Para o presidente executivo da EDP, António Mexia, a quebra no consumo deve-se ao contexto nacional e internacional, no entanto, considera que a situação em Portugal, "por agora", é "normal" quando comparado com Espanha, outro dos principais mercados da empresa. Em Espanha, entre Janeiro e Maio, a quebra no consumo foi de 9,5 por cento.

"O contexto macroeconómico mundial não é positivo. Esses sinais foram muito menos fortes em Portugal do que em Espanha ou no Brasil, geografias em que estamos de uma forma clara, nomeadamente na distribuição", sublinhou António Mexia.

Para o presidente executivo da eléctrica nacional, "os sinais por agora são normais e adequados, melhores do que poderia ser esperado numa crise que é a maior dos últimos cem anos".

Dívidas dos clientes ultrapassam os 200 milhões de euros

Os clientes da eléctrica nacional devem mais de 200 milhões de euros em facturas de electricidade, dos quais entre 16,5 e 20 milhões são considerados pela empresa como incobráveis.

"O crédito malparado é de mais de 200 milhões de euros, mas não estamos pior do que há um ano", referiu Jorge Cruz Morais.

Segundo o responsável pela empresa para a área comercial, "há uma parte que é recuperável - mediantes acordos especiais a três ou seis meses - a outra é perdida" e "a empresa espera fechar o ano com incobráveis entre os 15 e os 20 milhões de euros".

Em 2008 o valor das facturas incobráveis foi de 17 milhões de euros e em 2006 o valor não ultrapassou os 12 milhões de euros. No ano passado, o volume de negócios da EDP foi de 1.063 milhões de euros.

Para dar mais flexibilidade aos clientes a EDP está a analisar a possibilidade de criação de tarifas, revistas todos os meses e não anualmente, como acontece com os combustíveis.

"Pode haver pessoas que queiram a cada momento que as suas tarifas reflictam os preços de mercado e nessa circunstância podem ser tarifas trimestrais ou inclusive mensais", revelou Jorge Cruz Morais que acrescentou que a empresa ainda não tem qualquer previsão para a entrada em vigor desta modalidade.

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