Economia
Electrão enviou 1.369 toneladas de pilhas e baterias para reciclagem em 2024
É um sinal mais na recolha e reciclagem de pilhas e baterias portáteis em Portugal. O Electrão encaminhou, ao longo do ano passado, para reciclagem um total de 1.369 toneladas de pilhas e baterias usadas. Um aumento de 12 por cento face ao ano anterior que reflete um crescimento significativo na recolha desses resíduos, quer no segmento de baterias portáteis, quer no setor industrial.
Relativamente às pilhas e baterias portáteis, frequentemente encontradas em equipamentos como comandos, brinquedos, telemóveis e computadores, foram recolhidas e recicladas 412 toneladas, correspondendo a um aumento de 22 por cento em relação às 335 registadas em 2023.
Também as baterias industriais, provenientes principalmente de atividades empresariais e industriais, registaram um crescimento, embora mais moderado, ainda assim positivo.
Os números reforçam a crescente adesão à reciclagem de pilhas e baterias, fundamentais para a recuperação de materiais e a redução do impacto ambiental associado ao descarte inadequado desses resíduos.
Mais locais de recolha à disposição do cidadão
O Electrão informa também que o crescimento da recolha deste tipo de resíduos também se deve ao esforço conjunto de municípios, distribuição, empresas e instituições, operadores de gestão de resíduos e à equipa operacional Electrão, como explica o diretor de Elétricos e Pilhas do Electrão, Ricardo Furtado.
Recorde-se que todas as lojas que comercializam estes produtos têm que assegurar a retoma dos equipamentos entregues pelo cidadão. Este é um canal igualmente importante e com enorme potencial, que poderá ajudar a catapultar a recolha.
Num período em que tanto se fala da exploração de recursos raros, a reciclagem de pilhas e baterias é crucial para recuperar recursos críticos como lítio e cobalto, essenciais para a transição ecológica e digital da União Europeia.
Atualmente, 90 por cento da refinação de terras raras ocorre na China, o que torna a reciclagem uma estratégia-chave para reduzir a dependência externa e reforçar a soberania europeia.
Neste contexto económico, a meta da União Europeia é garantir que a reciclagem forneça, para já, 25 por cento das matérias-primas críticas necessárias, de forma a criar um fluxo mais sustentável de materiais essenciais.
Regras mais rigorosas para pilhas e baterias
Em vigor desde 2023, o novo regulamento europeu de pilhas e baterias estabelece normas mais exigentes para a conceção, produção, reutilização e reciclagem destes residuos, com o objetivo de reduzir os impactos ambientais e sociais ao longo do seu ciclo de vida.
A nova legislação impõe maior responsabilidade aos produtores na verificação da origem das matérias-primas, com exceção das pequenas e médias empresas.
Além disso, introduz requisitos reforçados de rotulagem e informação, incluindo a implementação de um “passaporte de bateria” eletrónico e um código QR.
Nestas regras passam a haver a restrição da utilização de substâncias perigosas, como mercúrio, cádmio e chumbo, que representam riscos significativos para a saúde humana e o meio ambiente.
A reciclagem no centro das políticas europeias
O regulamento europeu das matérias-primas críticas coloca a reciclagem como prioridade estratégica, indo além da proteção ambiental para assegurar recursos essenciais à inovação tecnológica.
A presença residual de materiais críticos em equipamentos exige processos avançados de separação e refinação.
Nos últimos anos, a União Europeia identificou produtos prioritários, como baterias de iões de lítio, para melhorar a eficiência da recuperação de recursos. Até agora, esses elementos ficavam diluídos nos materiais reciclados, como aço, ferro e alumínio, o que dificultava a sua reutilização em novas cadeias de abastecimento.