Elisa Ferreira defende que se pensem territórios de fronteira "sem uma parede que divide"

por Lusa
Reuters

A comissária europeia Elisa Ferreira disse hoje em Idanha-a-Nova, no distrito de Castelo Branco, que é preciso que se pensem os territórios de fronteira "sem uma parede que divide".

"É essencial que se pense o território, sobretudo os territórios de fronteira, sem uma parede que divide, algo que só existe politica e historicamente. A Natureza não reconhece a fronteira. Os povos, muitas vezes, também não reconhecem essa fronteira porque, como foi aqui dito, há contactos, há unidade territorial", afirmou Elisa Ferreira.

A comissária europeia para a Coesão e Reformas falava nas II Jornadas do Interior, que decorrem nas Termas de Monfortinho, em Idanha-a-Nova.

As jornadas, sobre a temática "Cooperação Territorial Europeia: A raia e as novas fronteiras do desenvolvimento", são organizadas pelo Jornal do Fundão e pelo município de Idanha-a-Nova.

Elisa Ferreira disse na sua intervenção que é "muito importante" que a relação entre Portugal e Espanha e as relações entre as povoações e as populações nas zonas raianas "possam, de parte a parte, aumentar a sua área de influência, cruzando e combinando as suas experiências e as suas dinâmicas e projetando-se conjuntamente, sempre que o conjunto seja maior do que a soma das partes".

Na sua intervenção, disse também que é preciso garantir que as cidades médias e as suas zonas de influência "façam parte da transformação tecnológica, participem na criação de riqueza e contribuam para e beneficiem da produção cultural", o que, na sua opinião, "também tem acontecido".

Disse ainda que é preciso garantir as condições para que as cidades médias e os polos mais pequenos sejam atrativos e permitam condições para a instalação de empresas, "e para que os jovens queiram e tenham condições para aí viver, constituir família, crescer e trabalhar".

Segundo Elisa Ferreira, a política de coesão tem sido estruturante para Portugal e tem "definido, em larga medida, a relação de Portugal com a União Europeia".

"É esta política que, em grande parte, tem obrigado Portugal a pensar o território" e tem dado os meios para o desenvolvimento de infraestruturas, da rede de saúde, da educação, da formação profissional, tem permitido estimular o potencial da investigação e do desenvolvimento tecnológico, entre outros.

Observou depois que, historicamente, a política de coesão permitiu que Portugal se aproximasse "mais rapidamente aos níveis de desenvolvimento dos países mais fortes" da União Europeia.

"É preciso pensar o território nacional como um todo. É preciso delinear estratégias capazes de permitir a correção de assimetrias e congregar os meios financeiros para as implementar", afirmou.

Elisa Ferreira também falou da crise gerada pela pandemia causada pelo covid-19 e explanou algumas das medidas que estão a ser preparadas para promoção da recuperação económica europeia.

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