Elogios ao preço e à transição para o passe único de Gondomar para o Porto

por Lusa

A entrada hoje em vigor do passe único na Empresa de Transportes Gondomarense não causou, nas primeiras horas, problemas aos utilizadores que viajaram de Valbom para o Porto e que à Lusa elogiaram o preço e a transição.

Quem viajava às 08h00 no autocarro 1 da `Gondomarense` rumo ao Porto não deu pela diferença da entrada do passe único e, apesar dos rostos fechados próprios de uma segunda-feira, o tema fez abrir sorrisos na conversa até Campanhã.

Zona de passe metropolitano, em Valbom (Gondomar), para se viajar na transportadora era obrigatório ter o Andante Z3, o que determinava até agora um custo mensal de 48,65 euros, sendo por aí que iniciou a conversa com Ana Freitas, que começou "hoje a poupar 8,65 euros" na sua deslocação mensal de e para o trabalho, no Porto.

"Sim, foi um processo fácil, como o meu passe abrange mais de três zonas nem precisei de ir à Loja Andante fazer a atualização. Carreguei onde habitualmente carrego", explicou, considerando que a transição para o passe único foi "também divulgada com a devida antecedência".

Questionada sobre se esta é uma "medida eleitoralista", como alegou a oposição na Assembleia da República, a utente minimizou esse facto.

"Eleitoralista ou não veio beneficiar a população, o que é sempre bom", enfatizou.

Dos passes para os títulos individuais de transporte - cada viagem Valbom-Porto custa 1,70 euros - Ana Freitas entende que, também aqui, "havia de haver um ajuste porque há pessoas que precisam".

Sentada em frente, Lucrécia Rodrigues também elogiou o preço e o processo automático de reconversão do passe, valorizando "ter mais zonas abrangidas".

"No meu caso foram só vantagens. Estava a pagar 48 euros e passei a pagar 40 euros e, além disso, aumentaram-me as zonas. Foi uma medida que veio ajudar principalmente quem trabalha", elogiou.

Para a utente, "o Governo agiu corretamente", porque "olhou pela vida de quem trabalha de manhã à noite".

Maria José Faria viu também o seu passe intermodal reduzir o custo para 40 euros e foi isso que destacou: "Independentemente de ser uma medida eleitoralista, o povo, nesta fase, fica a ganhar e bastante, pois há pessoas que viram os seus passes passarem para 30 euros e outras para 40, como é o meu caso".

Questionada sobre se acha ser esta uma medida de futuro, deixou o alerta: "espero que seja uma medida que veio para ficar, pois era muito mau voltarem atrás".

Manifestando desconhecimento sobre se no futuro os títulos individuais de transporte "serão abrangidos por este desconto", confiou também que estes "não venham a aumentar", acrescentando que o Governo "não o deve fazer".

Motorista do autocarro 22 na viagem de regresso a Valbom, Mário Santos disse à Lusa que, apesar de estar "a trabalhar desde as 6:30", não notou "nada de diferente em relação ao habitual, mantendo-se o número de pessoas transportadas".

E, numa manhã "igual às outras", assegurou que "não se registaram problemas nos passes na hora de passarem nos validadores".

Manuel Batista, gerente da `Gondomarense`, confirmou que o processo de conversão para quem tem o Andante "é automático" e que "não houve problemas".

"Em Gondomar, o Andante é válido até ao Largo do Souto (em São Cosme) pelo que tivemos necessidade de atualizar o `software`, uma vez que em todos os nossos autocarros temos validadores, de forma a que no resto do concelho, até Melres, que limita a fronteira da Área Metropolitana do Porto com Penafiel, os utilizadores do passe monomodal pudessem também beneficiar do desconto, que neste caso foi de cerca de 50 euros, baixando dos 90 para os 40 euros", contou.

Utentes de vários pontos do país, especialmente nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto, começam hoje a sentir alívio nos preços ao viajar nos transportes públicos com a entrada em vigor do passe único, medida que pretende reduzir o uso do transporte individual.

Os passes metropolitanos Navegante, em Lisboa, e Andante, no Porto, passam a ter um custo máximo de 40 euros e permitem viajar por todos os concelhos das áreas metropolitanas, estimando-se que permitam às famílias poupar, nalguns casos, cerca de cem euros mensais, principalmente para quem se dirige diariamente dos concelhos mais distantes para o centro.

Nas mesmas áreas, para quem quer viajar apenas dentro de um concelho os passes passam a custar um máximo de 30 euros.

 

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