Em Jales já se fazem as prospeções para retomar exploração de ouro
Vila Pouca de Aguiar, 21 jun (Lusa) -- Duas sondas já fazem a prospeção de ouro em Jales, Vila Pouca de Aguiar, e as previsões apontam para que uma mina entre em exploração em três a quatro anos, disse fonte da Empresa de Desenvolvimento Mineiro.
A concessão da exploração e prospeção de ouro em Jales/Gralheira foi atribuída há um ano à firma canadiana Almada Mining, em consórcio com a portuguesa Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM).
A área concedida é de 1.540 hectares, distribuídos pelas freguesias de Vreira de Jales e Alfarela de Jales.
Durante uma visita ao concelho transmontano, o vice-presidente da EDM, Mário Guedes, disse aos jornalistas que, neste momento, "já estão a decorrer os trabalhos de prospeção", através de duas sondas.
Segundo o responsável, deverão ser feitos "aproximadamente 33 mil metros de sondagens" enquanto que, ao mesmo tempo, vão decorrer trabalhos em galerias para exploração experimental.
Mário Guedes estima que o investimento feito nesta fase inicial "nunca seja inferior aos 15 milhões de euros". Só depois, se avancará para a exploração definitiva.
"Daqui a três, quatro anos vamos ter uma mina a trabalhar", perspetivou.
As minas de Jales fecharam na década de 90. Estas foram as últimas minas de onde se extraiu ouro em Portugal.
No auge da exploração, chegaram a trabalhar nas minas à volta de mil trabalhadores que extraíam cerca de 30 quilos de ouro por mês.
Atualmente, segundo Mário Guedes, a moderna indústria mineira "é muito diferente da que era no passado", já que "diretamente não gera muitos postos de trabalho". "Tem é a capacidade de gerar muitos serviços à sua volta", ressalvou.
É uma estatística mundial mas, de acordo com o vice-presidente da EDM, "por cada posto de trabalho criado na mina, normalmente em serviços acessórios, poder-se-á falar em cerca de 10 postos de trabalho".
Estes serviços podem ir desde a manutenção, segurança ou deslocação de material.
"Só do ponto de vista de uma lavaria, a assistência à quantidade de marcas de equipamentos e de empresas diferentes que existem ronda as várias dezenas", frisou.
Jales/Gralheira é um dos sete projetos em fase de concessão experimental que existem neste momento no país, e maior parte dos quais localizados no norte do país e que vão desde a exploração de ouro, tungsténio e ferro.
O subdirector-geral de Energia e Geologia, Carlos Caxaria, referiu que pode aparecer um oitavo projeto.
"Destes sete que estão em cima da mesa se, em cinco seis anos, tivermos três a funcionar é muito bom", afirmou.
O que, para Carlos Caxaria, representa "muitos milhões de euros de investimentos, desenvolvimento regional, fixação de populações nos sítios onde eles se instalam e afetação de recursos a projetos locais e benefícios para as populações locais", salientou.
Nos novos contratos que estão a ser assinados, as empresas são obrigadas a conceder contrapartidas aos locais onde se situam as explorações de recursos geológicos.
Por exemplo, o município de Vila Pouca de Aguiar conseguiu garantir, como contrapartida, 2,5% dos lucros líquidos na fase de exploração definitiva das minas de Jales/Gralheira.