Aquele responsável acusa a empresa de "não cumprir minimamente o plano de recuperação, aprovado em Assembleia de Credores em Junho de 2003, mas que não foi aplicado no terreno".

O plano de viabilização incluiu o perdão de 70 por cento dos oito milhões de euros de dívidas, nomeadamente à Segurança Social, Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (IAPMEI) e banca.

A Carveste beneficiou ainda do programa de formação de trabalhadores FACE, graças ao qual foi suportada parte dos vencimentos de cerca de 250 trabalhadores ao longo de quatro meses.

No entanto, segundo o STBB, nestes dois anos e meio já foram despedidos mais de 100 trabalhadores, a que se juntam os 32 agora anunciados.

"Os poderes públicos no nosso país deveriam averiguar este tipo de situações", alerta o presidente do STBB.

A empresa, cuja gerência Garra acusa de "incompetência" e de criar um mau ambiente de trabalho, tem alegado dificuldades de mercado para justificar a não aplicação do plano de reestruturação.

"Os despedimentos - diz o dirigente sindical - foram anunciados depois de os trabalhadores terem sido forçados a abdicar das suas férias de Natal para trabalhar em encomendas".

"Antigamente - acrescentou -, a Carveste era uma fábrica onde as pessoas gostavam de trabalhar. Hoje, os trabalhadores despedidos sentem alívio. Dizem que querem trabalhar, mas não ali".