Empresa Vale do Rio Doce deve disputar mina de carvão em Moçambique

A brasileira Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), uma das cinco maiores empresas mineiras do mundo, deve iniciar esta semana a participação em concurso público para exploração das minas de carvão em Moçambique, escreve hoje o jornal Valor Económico.

Agência LUSA /

O director do Departamento Nacional de Minas do governo moçambicano, Antonio Manhica, em declarações ao jornal brasileiro, disse que o concurso público para exploração por 25 anos das minas de carvão de Moatize será iniciado esta semana.

As empresas interessadas deverão entregar as propostas ao Governo moçambicano até sexta-feira, e o vencedor será conhecido no dia 16 de Novembro.

Antonio Manhica revelou igualmente que as outras empresas interessadas no negócio são a sul-africana Rio Tinto e a australiana BHP Billiton.

A empresa vencedora do concurso público deverá investir cerca de 233 milhões de euros (300 milhões de dólares norte-americanos) para exploração da mina, cuja reserva ascende a 2,5 mil milhões de toneladas de carvão.

"O baixo preço da energia eléctrica em Moçambique é um forte atractivo para este tipo de investimento", refere a reportagem do jornal Valor Económico.

A participação da CVRD foi um dos temas discutidos entre os presidentes de Moçambique, Joaquim Chissano, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, durante uma visita que Joaquim Chissano realizou ao Brasil em Setembro, recorda o jornal.

Na ocasião, o governo brasileiro anunciou o perdão de 95 por cento da dívida de Moçambique com o Brasil, num total de 233 milhões de euros (300 milhões de dólares norte-americanos).

Em Agosto, o presidente da CVRD, Roger Agnelli, esteve em Moçambique para avaliar as potencialidades das minas de carvão de Moatize, ao lado do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), Calor Lessa.

O BNDES, o maior banco estatal brasileiro de investimento, poderá tornar-se sócio da Companhia Vale do Rio Doce na exploração da mina de carvão.

O interesse do banco em ser accionista neste empreendimento é estratégico, pois visa garantir matéria-prima para as fábricas brasileiras de aço.

O desenvolvimento de um projecto de exploração de carvão em Moçambique faz parte da estratégia de diversificação e de internacionalização da Vale do Rio Doce.

A Companhia Vale do Rio Doce é uma das cinco maiores empresas mineiras do mundo e a primeira no ranking de exploração de minério de ferro no mundo.

A empresa brasileira estuda igualmente investimentos na Mongólia, China, Gabão, Angola, Venezuela, Peru, Chile e Argentina.

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