Empresários e Câmara de Paredes Coura reclamam do Governo melhores acessos

Um grupo de empresários instalados em Paredes de Coura, apoiado pela Câmara Municipal vai hoje enviar ao Governo uma carta aberta a reclamar melhores acessos rodoviários às zonas industriais, que empregam 20% da população do concelho.

Lusa /

Em declarações à agência Lusa, o presidente da autarquia, o socialista Vítor Paulo Pereira, se "solidário" com a iniciativa, explicou que o documento vai seguir hoje para o ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional e para a Comissão de Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN).

"As atuais acessibilidades estão desenhadas para uma realidade com mais de 60 anos e, na verdade, desde a sua construção (...) nenhum investimento foi realizado pelo Estado (...) que ultrapasse a manutenção das condições do piso e sinalização", lê-se na aquela missiva a que a Lusa teve acesso.

A carta é assinada pelos responsáveis de quatro empresas, responsáveis por mais de mil postos de trabalho.

No documento queixam-se "do traçado estreito e sinuoso, muito pouco aconselhável à circulação de camiões TIR e veículos de transportes de mercadorias".

Argumentam que "na maior parte dos casos", chega a ser tão moroso o percurso entre o centro urbano de Vigo, na Galiza e o nó de acesso de Sapardos, em Paredes de Coura, "como o restante percurso que medeia o nó de acesso até à zona industrial de Castanheira, por exemplo".

Alertam que "o transporte das matérias-primas, maquinaria, a circulação de mão-de-obra e o trânsito do produto final são dificuldades diárias que enfrentam para conseguir subsistir".

"Mais grave se torna esta realidade diária se acrescentarmos à equação o facto da grande maioria do que é produzido se destinar à exportação", defendem.

Segundo Vítor Paulo Pereira, as empresas atualmente a laborar nos parques industriais de Castanheira e Formariz, sobretudo dos setores automóvel e do calçado, empregam cerca de 20% dos 9.198 habitantes do concelho.

"Quase em contraciclo nós conseguimos nestes últimos anos de crise abrir empresas em Paredes de Coura e criar postos de trabalho. Também seria bom por parte do Governo ouvir a voz destes empresários que num contexto de adversidade continuam a criar emprego e riqueza", sustentou.

Para Vítor Paulo Pereira são os "argumentos mais que pertinentes" para justificar a melhoria dos acessos face "à não-inclusão de Paredes de Coura no plano de investimentos da empresa Estradas de Portugal (EP) para o período 2015-2019".

Reconheceu que "tem existido diálogo" com o Governo que se manifestou "sensível" ao problema mas apelou ao "enquadramento" da melhoria dos acessos rodoviários ao concelho nos novos fundos comunitários, no âmbito dos apoios à competitiva territorial.

"É neste sentido que estamos a lutar e a desenvolver esforços no sentido que o Governo olhe com atenção e seja sensível ao grave problema que Paredes de Coura tem", frisou.

Na carta, os grupos Kyaia, Doureca, MGI Coutier Lusitânia e ValverIbérica manifestam ainda "total apoio" ao projeto de beneficiação das ligações rodoviárias proposto pela autarquia.

"A autarquia já apresentou à CCDRN um projeto de correção do traçado da EN 303 em variante à A3 (nó de Sapardos - Vila Nova de Cerveira), com alargamento da plataforma e do raio de algumas curvas, bem como substituição de algumas obras de arte que datam do Século XIX, com um custo total de 8,5 a 10 milhões de euros", lê-se no documento.

Tópicos
PUB