Empresários moçambicanos pedem celeridade nas reformas e destacam aposta no turismo

A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) destacou hoje as apostas do Governo no turismo como "medidas estruturantes" com impacto na economia, pedindo a "implementação célere" das reformas previstas pelo país.

Lusa /

Em comunicado, a CTA sublinha a importância das recentes medidas apresentadas pelo Presidente da República, Daniel Chapo, para "dinamizar o setor do Turismo, um dos pilares estratégicos da diversificação económica", entre outras que "demonstram um compromisso firme" com a "promoção do desenvolvimento económico e social".

Medidas que, segundo a principal representação dos empresários moçambicanos, também "criam condições mais favoráveis para a retoma do Investimento Direto Estrangeiro (IDE), que se prevê que venha a crescer a partir de 2026, impulsionado por reformas estruturais, incluindo a implementação da Lei de Investimentos e da Lei Cambial".

"A CTA destaca a importância da implementação célere e eficaz das reformas em curso, de modo a traduzir as boas políticas em resultados concretos que beneficiem as empresas e os cidadãos. O setor privado moçambicano reafirma o seu compromisso em continuar a trabalhar lado a lado com o Governo, através do Diálogo Público-Privado (DPP), na identificação e resolução dos constrangimentos que afetam o ambiente de negócios, promovendo uma economia mais competitiva, produtiva e geradora de emprego", lê-se.

O Presidente moçambicano defendeu em 04 de novembro, em Vilanculos, sul do país, durante a Conferência Internacional de Turismo, que o país deve "trabalhar" para chegar ao "top 10" dos destinos turísticos internacionais, face aos recursos naturais, fauna e flora de que dispõe.

"É possível transformar Moçambique num dos dez melhores destinos turísticos do mundo", afirmou Daniel Chapo, acrescentando que o setor é o "verdadeiro" ouro, gás e petróleo moçambicano, "inesgotável e que cria emprego para todas as classes sociais".

"Estamos neste momento a tratar de uma plataforma que possa flexibilizar os vistos para o turismo em Moçambique e que alguém possa, a partir da sua casa, do seu telefone, ter um visto e avançar para Moçambique sem nenhuma dificuldade. Estamos num processo bastante avançado entre o Ministério das Comunicações e Transformação Digital e o Ministério do Interior", disse então.

Acrescentou que vai avançar também a possibilidade "de obtenção de visto de turismo e negócios à entrada para cidadãos africanos", no âmbito da zona de comércio livre, e vistos de investimento, com residência por 10 anos, para investimentos a partir de cinco milhões de dólares (4,3 milhões de euros) e por cinco anos para investimentos a partir de 500 mil dólares (432 mil euros).

"Queremos trabalhar para que investidores tenham um `Visa Gold` sem nenhuma dificuldade e viverem em Moçambique", disse Chapo, avançando com a intenção de "liberalizar o acesso de voos privados domésticos", para "dinamizar a conectividade e o turismo de elite" para o país.

"Queremos estabelecer limites de tarifas aéreas nos voos domésticos, garantindo acessibilidade e equidade territorial. Queremos declarar Inhambane como a primeira zona especial de turismo de golfe (...) Vamos trabalhar para que apareçam campos de golfe", disse.

Já a CTA diz que "encoraja, igualmente, a todas as forças vivas da sociedade a apostarem no trabalho, na inovação e na produtividade como caminhos essenciais para o crescimento inclusivo e sustentável" e reafirma a "total disponibilidade para continuar a liderar e a mobilizar o setor privado nacional, promovendo o investimento, a produtividade e a criação de riqueza no país".

Considera mesmo que "a consolidação do diálogo público-privado, assente na confiança e no compromisso com resultados, é a chave para impulsionar a competitividade da economia moçambicana e assegurar um futuro de prosperidade partilhada", apelando: "Juntos, Governo, setor privado e sociedade civil podem construir um Moçambique mais produtivo, inovador e aberto ao investimento".

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