Empresas norte-americanas na China preveem queda nas receitas

A maioria das empresas norte-americanas a operar na China espera uma quebra nas receitas este ano devido à guerra comercial em curso entre Pequim e Washington, indicou hoje a Câmara de Comércio Americana em Xangai.

Lusa /

Quase dois terços das 254 empresas inquiridas afirmaram que as novas tarifas reduziram as receitas previstas das suas operações na China em 2025. Cerca de um terço, sobretudo nos setores financeiro e de serviços que não dependem de importações ou exportações com os Estados Unidos, não antecipa impacto.

Trump impôs um imposto adicional de 30% sobre as importações oriundas da China, depois de ter elevado temporariamente as tarifas até 145%, antes de Washington e Pequim acordarem, em maio, uma redução gradual da guerra tarifária. A China respondeu com uma tarifa de 10% sobre produtos norte-americanos.

Segundo responsáveis da câmara de comércio, as tarifas afetam tanto empresas que exportam para os EUA como aquelas que importam componentes ou ingredientes norte-americanos para produção local, como é o caso de firmas da indústria química.

"As tarifas tiveram um enorme impacto nas nossas operações", afirmou Eric Zheng, presidente da entidade.

Embora as duas partes estejam a realizar conversações comerciais, o rumo das negociações, sobretudo em matéria de tarifas, permanece incerto, o que representa um desafio para as empresas no planeamento das suas atividades futuras, acrescentou Zheng.

Tribunais norte-americanos consideraram a maioria das tarifas de Trump como uma utilização indevida de uma lei de poderes de emergência, mas os impostos continuam em vigor enquanto a administração recorre da decisão para o Supremo Tribunal.

O inquérito, conduzido entre 19 de maio e 20 de junho, revelou que os fabricantes são os mais penalizados, com quase três quartos a prever uma quebra nas receitas de 2025 devido às tarifas.

As tensões entre os EUA e a China foram apontadas como o principal desafio para os próximos três a cinco anos. Zheng afirmou que a melhoria da relação bilateral "é o nosso principal pedido".

 

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