Encaixe do Estado com 5 fases de privatização ultrapassa 6,5 mil milhões

Os resultados estimados para a quinta fase de privatização da EDP - Electricidade de Portugal deverão fazer com que o encaixe total do Estado com a venda faseada da eléctrica ultrapasse os 6,5 mil milhões de euros.

Agência LUSA /

De acordo com dados da Direcção-Geral de Estudos e Previsão do Ministério das Finanças, o Estado arrecadou 6.133 milhões de euros com as primeiras quatro fases de privatização da EDP, o equivalente ao custo da construção de seis pontes Vasco da Gama.

A quinta fase de reprivatização da eléctrica, aprovada em Conselho de Ministros, deverá render aos cofres do Estado mais cerca de 400 milhões de euros, segundo analistas contactados pela agência Lusa.

No total, e após ver a sua participação na eléctrica limitada a 10 por cento, os cofres públicos deverão arrecadar cerca de 6,533 milhões de euros, o equivalente a quase 10 por cento da despesa do Estado prevista para este ano.

Na primeira fase de privatização, em Junho de 1997, o Estado alienou 29,6 por cento da eléctrica portuguesa (16,2 por cento em Oferta Pública de Venda (OPV) e 13,4 por cento por venda directa) por 1.952 milhões de euros.

A segunda fase, em Junho de 1998, fez-se pela venda directa de uma posição de 2,3 por cento à eléctrica espanhola Iberdrola, escolhida como parceira estratégica, por 289,8 milhões de euros.

Na terceira fase, também em Junho de 1998, o Estado arrecadou 2.144 milhões de euros pela venda de 16,9 por cento do capital (11,2 por cento em OPV e 5,7 por cento em venda directa).

A quarta fase ocorreu em Outubro de 2000 e rendeu aos cofres do Estado 1.747 milhões de euros pela alienação de 19,43 por cento do capital (7,43 por cento em OPV e 12 por cento em venda directa).

A quinta fase de privatização, aprovada quinta-feira pelo Governo, deverá permitir ao Estado um encaixe de quase 400 milhões de euros.

O encaixe deverá ser obtido através da venda no mercado dos direitos de subscrição correspondentes à participação de 26,1 por cento que o Estado tem no capital da EDP, já que não acompanha o aumento de capital que a eléctrica vai realizar.

A venda dos direitos de subscrição no mercado deverá valer cerca de 45 milhões de euros, segundo os analistas contactados pela Lusa.

Paralelamente, o Estado deverá angariar cerca de 352 milhões de euros com a venda de uma participação de 5 por cento à própria EDP, que a utilizará para comprar à Caja de Ahorro de Astúrias (Cajastur) uma participação de 17,6 por cento na Hidrocantábrico.

Com os dois negócios, o Estado deverá arrecadar, assim, quase 400 milhões de euros.

O cálculo dos analistas baseia-se no pressuposto de que o aumento do capital da EDP será o dos anunciados 1,2 mil milhões de euros, a 2 euros por acção, o que resultará numa emissão de 600 milhões de acções.

Com base nesses pressupostos e face à cotação média do título nos últimos dias - a rondar os 2,35 euros - os analistas calculam que cada direito por acção valha cerca da 5,8 cêntimos.

Os 26,1 por cento detidos pelo Estado correspondem, grosso modo, a 783 milhões de acções.

Por outro lado, o Estado afirmou que vai vender 5 por cento da eléctrica, o que para uma cotação de 2,35 euros por acção resultará num encaixe de cerca de 352 milhões de euros.


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