Entrevista Telejornal. Pagamento dos juros é adiado para época "de taxas mais baixas"

por RTP

"É verdade que não há nenhuma diminuição nem nenhum corte relativamente ao total das dívidas" nos créditos para comprar casa, apontou esta noite o ministro das Finanças, Fernando Medina, no Telejornal quando questionado sobre um eventual "perdão" dos atuais juros.

Fernando Medina explicou que o mecanismo saído do Conselho de Ministros desta quinta-feira consiste "numa transferência [dos pagamentos] para quando as taxas de juro estiverem muito mais baixos do que hoje em dia e do que aquilo que está agora a pesar mais para as famílias".

Adicionalmente, o ministro das Finanças sublinhou que o Governo pretende que "os bancos tenham de oferecer uma proposta em que nos próximos dois anos - é preciso pagar juros - [e também parte do] capital desses dois anos pode ser transferido a partir de seis anos para a frente", pensando-se que nessa altura as previsões apontam para que as taxas de juro estejam mais baixos.
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Questionado sobre se estas medidas se destinam a adiar um problema financeiro com que as famílias se confrontam atualmente no pagamento das prestações da casa, o responsável máximo da finanças portuguesas rejeitou a ideia.

"Não é. (...) Nós fomos muito cautelosos com esta medida. Não estamos a dizer que há uma moratória em que durante dois anos não se pagam prestações", afirmou Fernando Medina.

"Atirar para o futuro um encargo seria uma irresponsabilidade fazê-lo", sustentou o governante, acrescentando que "esta medida destina-se a dar estabilidade às famílias nas taxas de juros durante dois anos".

O pagamento que fica por fazer acontecerá depois num momento em que "as taxas de juro estarão muito mais baixas", acredita Medina.
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