Escassez já se nota na região Centro, com "corrida" às bombas
Coimbra, 11 Jun (Lusa) - O gasóleo e a gasolina começam a escassear nalguns postos de abastecimento da Região Centro, com os depósitos já sem combustível em muitos postos, situação que causa preocupação junto dos automobilistas e provoca uma "corrida" às bombas.
Em Viseu, nota-se o receio de que acabem os combustíveis, com muitas pessoas a atestarem as viaturas, ainda que funcionários de algumas bombas contactados pela Lusa garantam ainda ter muita gasolina e gasóleo nos depósitos.
"Hoje houve mais pessoas a abastecer quando foram para o trabalho. Clientes que habitualmente metiam só cinco ou dez euros de cada vez, meteram muito mais, e houve mais gente do que é normal a atestar", contou Marcelino Santos, funcionário das bombas da Galp de Vila Chã de Sá.
Nas bombas do Jumbo, onde habitualmente já se verifica fila devido ao facto de serem praticados preços mais baixos, esta era hoje anormalmente grande.
"Só vim atestar hoje porque ouvi nas notícias o que se estava a passar. Tinha de vir ao hospital e aproveitei para vir aqui que é mais barato", contou Maria Eugénia Simões, de Santa Comba Dão.
Em Coimbra, o tempo de espera dos automobilistas para abastecimento em alguns postos de combustível chega aos 30 a 40 minutos.
Há filas com dezenas de veículos e, nalguns casos, a entrada de mais um consumidor atrevido no lugar que não lhe pertence resulta em nervosismo e exaltação.
A agência Lusa verificou, desde o início da manhã, que existem filas na generalidade das bombas da cidade e mesmo em vilas do interior do distrito, como Lousã ou Arganil.
Em Coimbra, pouco antes das 11:00, o posto de abastecimento de combustível da Galp na Casa do Sal, no ponto de ligação da cidade à A1 e ao IP3, através do IC2, dispunha de apenas 3.000 litros de gasóleo, o que duraria para mais 15 minutos.
O gerente, José Lourenço, disse à Lusa que tinha ainda em depósito 10 mil litros de gasolina, de 95 octanas, não tendo, no imediato, garantias de "qualquer reposição do stock".
No mesmo local, estava um trabalhador das obras de alargamento da A1 (troço Condeixa-Coimbra Sul), que enchia um bidão de 210 litros de gasóleo para máquinas envolvidas nos trabalhos.
Declarou que "muita coisa na obra" já estava parada devido à paralisação das empresas de transportes de mercadorias.
Na Pedrulha, a norte de Coimbra, as bombas da Galp não têm gasóleo normal desde a manhã de terça-feira, enquanto o gasóleo GForce esgotou hoje de manhã.
Estão encerradas as bombas do Continente, junto ao centro comercial Fórum Coimbra, na margem esquerda do rio Mondego.
"Retomaremos a comercialização assim que nos for possível", avisa o estabelecimento num cartaz afixado nas grades que impedem a entrada dos automobilistas.
Nas gasolineiras da Guarda ainda não se registam quebras nos combustíveis.
"Está tudo ok", garantiu o funcionário de um posto de combustível localizado na Guarda-Gare, junto da Estrada Nacional 16.
"Ainda ontem [terça-feira] esteve cá um carro a abastecer e, por enquanto não há crise", assegurou.
Nas bombas da REPSOL, na zona da Estação, o funcionário de serviço assegurou esta manhã que "não há falta" de combustível, embora, em certos períodos, a procura seja grande por parte dos automobilistas.
"Ainda ontem enchemos os depósitos", frisou.
Uma corrida anormal às bombas de gasolina marcou a manhã em Castelo Branco, com grandes filas na maior parte dos postos de abastecimento, onde o gasóleo e a gasolina de 95 octanas já faltam.
Nas bombas do Jumbo, o gasóleo faltou esta manhã e a gasolina deve chegar até ao final do dia, se não houver reabastecimento, segundo fonte do estabelecimento.
Nas bombas Intermarché de Castelo Branco não há gasóleo e a gasolina de 95 octanas acabou na segunda-feira.
Na maior parte dos postos de abastecimento os depósitos estão a chegar aos níveis de segurança, o que leva os responsavéis a afirmar que se a paralisação continuar serão obrigados a encerrar.
Já na Figueira da Foz, o abastecimento de gasolina e gasóleo pode cessar hoje, dada a escassez de combustível nos cinco postos da cidade e a afluência crescente de automobilistas.
A maior concentração de viaturas registava-se, pelas 11:00, junto ao posto de abastecimento do hipermercado E. Leclerc, na zona norte da cidade, que foi abastecido hoje por um camião que chegou acompanhado de escolta policial.
"Temos o combustível de todos os dias, não temos é capacidade de resposta para tanta gente", disse à Lusa um dos responsáveis do posto de combustíveis, perante dezenas de viaturas que se concentram junto às oito bombas ali existentes.
A mesma fonte estimou que o combustível disponível esgote "até ao final do dia", considerando que a afluência de automobilistas "é o dobro de um dia normal".
Enquanto no pequeno posto da Galp situado na freguesia de Buarcos já só existe gasolina de 98 octanas, faltando gasolina 95 e gasóleo, na Agip, na zona leste da cidade "há seis mil litros de tudo".
"Mas, com tanta gente a vir abastecer, só deve durar até hoje", disse um dos proprietários, abastecido, "como habitualmente", na passada sexta-feira.
O posto da Repsol, à entrada da cidade, foi abastecido de combustível terça-feira, mas os funcionários desconhecem quando voltará a ser fornecido.
"Temos a gasolina quase a acabar", informaram.
A poucas centenas de metros, na BP, o abastecimento foi garantido pela manhã de hoje mas, perante a afluência de dezenas de automobilistas, os 30 mil litros disponíveis "vão acabar hoje", disse uma responsável do posto.
"O nosso camião veio abastecer-nos, mas depois ficou na zona industrial", frisou, aludindo à concentração, naquela zona, de um piquete de camionistas que visa a imobilização de viaturas de mercadorias.
Fora da cidade, no posto de combustíveis da Galp de Brenha, na Estrada Nacional 109, a gasolina de 95 octanas "poderá esgotar durante a tarde", embora, para já, as bombas estejam a trabalhar "normalmente".
Em Leiria, as filas para os postos de combustíveis também são muito grandes e já levaram ao fim do gasóleo em pelo menos três locais, como o posto do Intermarché da Gândara dos Olivais, onde se pode ver um grande cartaz informando que o gasóleo está esgotado, exasperando os condutores que aí procuraram combustível mais barato.
E mesmo a Galp, junto ao hipermercado Continente, deverá deixar de ter combustível dentro de horas, como confirmaram à Agência Lusa as funcionárias do posto, que atribui descontos aos clientes da marca da Sonae.
"O gasóleo está mesmo a terminar e a gasolina já não chega a depois do almoço, tal é a quantidade de gente que aqui vem", explicou uma das funcionárias.
Nos restantes pontos de abastecimento, são visíveis grandes filas
Na zona de Santarém, desde o início da manhã que alguns postos de abastecimento já não têm gasóleo e a gosolina também começava a escassear.
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