Espírito Santo Financial Group parte para a insolvência
O Espírito Santo Financial Group (ESFG) confirmou esta quinta-feira a intenção de declarar insolvência, à semelhança da subsidiária ESFIL - Espírito Santo Financière. Este passo foi já comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.
No comunicado remetido à CMVM, o Espírito Santo Financial Group indica que “o Conselho de Administração resolveu pedir a insolvência”. Tal como “a sua subsidiária ESFIL”.
A holding Espírito Santo Financial Group
detém os ativos financeiros do Grupo Espírito Santo; controlava, de
resto, 20 por cento do BES, entidade agora detentora dos ativos tóxicos,
após a separação decidida pelo Banco de Portugal e o consequente
nascimento do Novo Banco.
Já a ESFIL constitui uma subholding de ativos em França e na Suíça.
Esta decisão tem lugar depois de a justiça do Luxemburgo ter recusado, na passada sexta-feira, pedidos de gestão controlada por parte das duas empresas do Grupo Espírito Santo.
O ESFG considera, na mesma nota, como “expectável” que o Tribunal do Luxemburgo ateste a ordem de insolvência, nomeando em seguida “um ou mais recetores para as propriedades do ESFG e da ESFIL”. O que poderá acontecer já “nas audiências de sexta-feira, dia 10 de outubro”.
O ramo financeiro do Grupo Espírito Santo lembra ainda que se mantêm em curso os procedimentos relativos aos pedidos de gestão controlada quer da Espírito Santo International, quer da RioForte Investments.
Decisões separadas
Fonte do Tribunal do Luxemburgo, ouvida pela agência Lusa, sublinhava há uma semana o cariz confidencial de quaisquer processos de gestão controlada, para dizer apenas que as decisões relativas ao ESFG e à ESFIL só foram adotadas após análise de relatórios de peritos.O Banco de Portugal assumiu o controlo do BES a 3 de agosto, depois de o banco outrora presidido por
Ricardo Salgado ter revelado prejuízos de 3,6 mil milhões de
euros.
A mesma fonte remetia também para um artigo segundo o qual os pedidos de gestão controlada caem por terra sempre que não exista evidência de que essa solução possa contribuir para melhorar as operações das empresas.
As decisões da justiça luxemburguesa foram tomadas separadamente. Isto porque houve dois requerimentos: o Espírito Santo Financial Group fê-lo a 24 de julho e a ESFIL no dia 31.
(c/ Lusa)