Foram 58 as entidades a quem a Parparticipadas, do Estado, ofereceu o banco nacionalizado Efisa. Na lista oficial estão várias surpresas. Um ex-traficante de armas, um antigo dono do BPN e ainda um administrador financeiro da Rio Forte que esteve envolvido na queda do BES e da PT. Está tudo nos documentos oficiais de venda.
Também António Cavaco teve a oportunidade de comprar o Efisa. António Cavaco era um dos donos da SLN, a dona do BPN e do Efisa.
A gestão deficiente dos bancos levou à nacionalização do Efisa, que o próprio Estado agora ofereceu a um dos antigos acionistas.
O Efisa foi também oferecido aos antigos responsáveis financeiros da Rio Forte, que esteve intimamente ligada ao colapso do BES e da Portugal Telecom.
Uma grande parte das empresas às quais foi oferecido o Efisa são fundos de investimento, muitos dos quais sedeados em paraísos fiscais.
Há também investidores sauditas, chineses, dos Emirados Árabes, do Bahrain e de Portugal. A Parparticipadas, do Estado, tentou até vender o banco público Efisa à Sofid, uma empresa do Estado.
O organismo público UTAM refere no parecer ao processo de venda que desconhece os critérios pelos quais se orientou a Parparticipadas para escolher as empresas às quais ofereceu o Efisa, e diz mesmo que deveria ter sido lançado um concurso aberto e público em detrimento de ofertas individuais.
A proposta final foi adjudicada à Pivot. A Antena 1 entrou em contacto com Ricardo Santos Silva, um dos responsáveis do fundo de investimento, que só falará depois de receber a luz verde do regulador para ficar com o Efisa.
O Bloco de Esquerda pediu, através de Catarina Martins, em fevereiro, a demissão da administração da Parvalorem, cujos membros formam a gestão da Parparticipadas.
