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Estimativa rápida do INE. Economia cresceu 6,7% em 2022

por Carlos Santos Neves - RTP
Na base deste desempenho, está "um contributo positivo expressivo" da procura interna Rafael Marchante - Reuters

O Produto Interno Bruto português terá crescido 6,7 por cento no ano passado, naquele que será o valor "mais elevado desde 1987", aponta a estimativa rápida divulgada esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística. Um cálculo que fica aquém da expectativa do Executivo de António Costa.

A progressão do PIB em 6,7 por cento fica uma décima abaixo da previsão do Governo.

Recorde-se que, no final de dezembro, o ministro das Finanças, Fernando Medina, mostrava-se convicto de que o país fecharia "o ano de 2022 com um crescimento de cerca de 6,8 por cento". Ainda assim, esta taxa aventada pelo INE fica acima dos 6,5 por cento inscritos no cenário macroeconómico do Orçamento do Estado para 2023.

De acordo com o INE, "no conjunto do ano 2022, o PIB registou um crescimento de 6,7 por cento em volume, o mais elevado desde 1987, após o aumento de 5,5 por cento em 2021 que se seguiu à diminuição histórica de 8,3 por cento em 2020, na sequência dos efeitos adversos da pandemia na atividade económica".

Na base deste desempenho, ainda segundo o Instituto Nacional de Estatística, está "um contributo positivo expressivo" da procura interna, ainda que "inferior ao observado no ano anterior". Observa-se "uma aceleração do consumo privado e um abrandamento do investimento".

O contributo da procura externa líquida "foi positivo em 2022, após ter sido negativo em 2021", tendo-se verificado "uma aceleração em volume das exportações de bens e serviços e uma desaceleração das importações".No quarto trimestre do ano passado, o PIB cresceu 3,1 por cento em termos homólogos, desacelerando face aos 4,9 do terceiro trimestre, e 0,2 em cadeia, contra 0,4 no trimestre anterior.


O contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB "diminuiu no quarto trimestre" em termos homólogos, "verificando-se uma desaceleração do consumo privado e uma redução do investimento". Caiu também o contributo positivo da procura externa líquida, com as exportações de bens e serviços em volume a abrandarem "mais intensamente do que as importações".

O INE assinala que, no quarto trimestre do ano passado, houve "uma perda dos termos de troca em termos homólogos, mas menos intensa que as perdas observadas desde o segundo trimestre de 2021, em resultado da desaceleração mais pronunciada do deflator das importações que o das exportações".

Relativamente ao terceiro trimestre, o PIB cresceu 0,2 por cento em volume, tendo "diminuído o contributo positivo" da procura interna para a variação em cadeia, ao passo que o contributo da procura externa líquida permaneceu "ligeiramente negativo".

A estimativa rápida "incorpora nova informação primária, nomeadamente no que se refere ao comércio internacional de bens relativo ao terceiro trimestre de 2022, que, contudo, não implicou revisões nas taxas de variação homóloga e em cadeia do PIB divulgadas na edição das Contas Nacionais Trimestrais por Setor Institucional de 23 de dezembro de 2022".
As contas do Eurostat
Também o gabinete de estatísticas da União Europeia divulgou esta terça-feira a sua estimativa rápida, apontando para que a economia da Zona Euro tenha crescido 3,5 por cento e a da União Europeia 3,6% em 2022.Esta estimativa do Eurostat corrige em alta as últimas previsões da Comissão Europeia, que em novembro apontava para um crescimento anual de 3,2 por cento no bloco da moeda única e de 3,3 no conjunto da União.


Já no quarto trimestre do ano passado, o crescimento do PIB da Zona Euro desacelerou para 1,9 por cento na variação homóloga e 0,1 em cadeia.

Na União Europeia, entre outubro e dezembro de 2022, o PIB estabilizou, quando comparado com o trimestre anterior, e cresceu 1,8 por cento relativamente aos últimos três meses de 2021.

c/ agências

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