EUA ajuda Sudão a pagar dívidas ao Banco Mundial e a ter novos financiamentos
O Sudão e os Estados Unidos assinaram hoje um memorando de entendimento que facilita o pagamento de dívidas pendentes do país africano ao Banco Mundial (BM), permitindo-lhe, assim, ter acesso a novo financiamento da instituição, após 27 anos.
Num comunicado emitido hoje, o Ministério das Finanças sudanês anunciou que a assinatura do memorando com os EUA permite um `empréstimo ponte` imediato, que dá ao Sudão a possibilidade de ter acesso a "mais de mil milhões de dólares [cerca de 810 milhões de euros] de financiamento anual do Banco Mundial, pela primeira vez em 27 anos".
O memorando foi assinado pelo ministro das Finanças Sudanês, Heba Ahmed, e pelo secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, que chegou hoje a Cartum, um dos destinos de uma viagem oficial que o levará a países do Médio Oriente e de África.
Esta é a primeira visita de um alto responsável norte-americano a Cartum desde que Washington anunciou, no final de dezembro de 2020, que o Sudão tinha sido retirado da lista de países que patrocinavam o terrorismo, na qual se encontrava desde 1993.
A retirada dessa lista é um fator chave para o desenvolvimento do Sudão, que deste modo pode recorrer novamente a entidades multilaterais de empréstimo e reduzir a sua dívida externa, que ascende a mais de 60 mil milhões de dólares [48,6 milhões de euros], de acordo com as autoridades do país.
"O financiamento internacional apoiará importantes projetos de infraestruturas e de desenvolvimento em todo o Sudão", sublinhou o Ministério das Finanças sudanês na nota.
O comunicado indica que este empréstimo intercalar, juntamente com as reformas económicas que estão a ser levadas a cabo pelo país, irá assegurar a estabilidade financeira do Estado, promover o investimento e o crescimento, após anos de sanções impostas ao regime do antigo Presidente Omar al Bashir, derrubado em abril de 2019.
O Sudão foi incluído na lista de países patrocinadores do terrorismo durante o mandato de al-Bashir, por apoiar figuras como o antigo líder da Al-Qaeda Osama bin Laden, que viveu em território sudanês durante cinco anos.
No entanto, o nome do Sudão foi retirado da lista a 14 de dezembro e o país também restaurou a sua imunidade soberana uma semana depois, após pagar uma indemnização (335 milhões de dólares) às vítimas do terrorismo da Al-Qaeda.