Eurodeputados defendem reforço da cooperação entre a União Europeia e Timor-Leste

Os eurodeputados que terminaram hoje uma visita a Díli defenderam o reforço da cooperação entre a União Europeia e Timor-Leste, considerando que este país vai ter cada vez maior importância no sudeste asiático.

Lusa /

 "O que sai daqui é a ideia de que esta cooperação entre a União Europeia e Timor-Leste deve ser reforçada", afirmou o eurodeputado socialista Francisco Assis, que liderou a missão ao país, que teve início na segunda-feira.

A delegação composta por nove eurodeputados da Assembleia Parlamentar Paritária da Parceria entre a Organização dos Estados de África, Caraíbas e Pacífico e a União Europeia (OEACP-UE) teve como objetivo consolidar a parceria da União Europeia, após a comissão ter decido reduzir a representação no país.

"Timor-Leste é um país cada vez com maior importância no contexto do sudeste asiático. A sua próxima integração na ASEAN vem reforçar o seu papel estratégico. A União Europeia tem há muito tempo um bom relacionamento com o Estado de Timor-Leste e esta visita reforça precisamente essa ligação", salientou Francisco Assis.

O eurodeputado destacou que a União Europeia vai continuar a garantir financiamento a vários projetos no país, bem como o facto de Timor-Leste ser uma "democracia viva, num mundo onde, nos últimos tempos as autocracias têm vindo a aumentar e as democracias têm vindo a decrescer".

"É sempre confortável para nós constatar que nesta zona do globo há um país que se mantém fiel aos valores democráticos", acrescentou.

O eurodeputado social-democrata Sérgio Humberto afirmou que a redução da presença da União Europeia em Timor-Leste "não é a mais correta".

"É um erro a redução da presença da União Europeia em Timor-Leste, quando o único país da União Europeia que tem embaixada é Portugal e a única representação dos restantes países é através da embaixada da União Europeia", disse.

Sérgio Humberto também defendeu que a posição deve ser reconsiderada, afirmando que é de "fundamental visão e estratégica esta área do globo" e por isso não devem ser desmobilizados nem meios, nem recursos em Timor-Leste.

"Timor-Leste é um país pequeno, mas está muito bem localizado do ponto vista geopolítico e entendo que deve haver um reforço da União Europeia em Timor-Leste" até por uma questão de estratégia a médio e longo prazo, disse, salientando que a China tem uma forte presença no país, bem como a Austrália, os Estados Unidos, a Coreia do Sul e o Japão.

O eurodeputado social-democrata destacou também que "Timor-Leste é um diamante por lapidar" e "precisa de ajuda", recordando que há 26 anos o país foi reduzido a "praticamente nada".

"É uma democracia muito recente, mas vê-se que tem uma vontade enorme de afirmar o seu crescimento e a sua sustentabilidade", salientou.

Sérgio Humberto lembrou também que o país vai fazer parte da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que é uma "porta para Portugal e a União Europeia para entrar  numa organização com vários milhões de pessoas".

"Acredito que Timor-Leste vai ter uma importância muito maior num futuro muito próximo. Nós portugueses, nós europeus devemos estar ao lado dos timorenses, porque pode ser uma relação de ganhos para os dois territórios", acrescentou.

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