Evento trouxe negócios e funcionários a `startups` de Inteligência Artificial

por Lusa

Lisboa, 07 nov (Lusa) - A cimeira tecnológica Web Summit trouxe negócios e funcionários estrangeiros às `startups` de Inteligência Artificial DefinedCrowd e Unbabel, fundadas por portugueses, disseram hoje os responsáveis das companhias, que reconhecem o impacto do evento nos negócios.

Foi no palco destinado a projetos consolidados (o Growth Summit) que Daniela Braga e Vasco Pedro falaram para uma plateia de empreendedores sobre as empresas que criaram, respetivamente, a DefinedCrowd e a Unbabel.

Naquela que já é a terceira presença da DefinedCrowd na Web Summit, evento que acontece também pela terceira vez em Lisboa, Daniela Braga disse à agência Lusa que a companhia já está "graduada".

Fundada em 2015 e sediada em Seattle (e com escritórios em Lisboa e Tóquio), a DefinedCrowd disponibiliza uma plataforma inteligente de recolha, processamento e transformação de dados para sistemas de Inteligência Artificial e aprendizagem automática (`machine learning`).

Em julho passado, a empresa - que conta já com 80 funcionários - anunciou uma nova ronda de financiamento de 12 milhões de dólares (cerca de 10,5 milhões de euros).

E é aqui que entra a Web Summit, segundo Daniela Braga: "A ronda foi este ano, mas conhecemos toda a gente aqui".

"Já estávamos a levantar uma ronda [de investimento] série A, mas calhou de se alinhar tudo - os astros e as estrelas - aqui, no ano passado" no evento, explicou a responsável, notando que este investimento, que servirá para dar resposta à procura dos clientes, surgiu "por causa da Web Summit".

Daniela Braga referiu também que a Web Summit ajudou a lançar o projeto, mas, a seu ver, o evento deveria fazer mais do que isso, podendo ter algumas iniciativas direcionadas a empresas de "outro patamar a seguir", como a DefinedCrowd.

"Isto é ótimo para `early stage` [fase inicial] e para dar o `kick off` [impulso de lançamento], mas quando se chega a esta fase, [questiona-se] o que há para fazer a seguir", indicou.

Este ano, a DefinedCrowd estima uma faturação entre quatro a sete milhões de euros, após um valor de um milhão de euros no ano passado.

Também numa fase de consolidação está a Unbabel, empresa que disponibiliza uma plataforma de tradução em 28 línguas baseada em inteligência artificial, estando focada nos serviços de apoio ao cliente.

Este ano, a empresa sediada em Lisboa e com escritórios em São Francisco e em Londres, celebra cinco anos, em três dos quais participou na Web Summit, "tem sido muito útil" para o negócio.

"No fundo temos o mundo inteiro a vir aqui durante uma semana, desde clientes, a investidores, a jornalistas, pessoas que podem amplificar a nossa mensagem ou consumir o nosso serviço", realçou à Lusa o presidente executivo da Unbabel, Vasco Pedro, precisando que, em 2017, o evento criou "200 oportunidades de negócio".

No início deste ano, a Unbabel arrecadou 23 milhões de dólares (cerca de 20 milhões de euros) com uma ronda de financiamento de série B.

"Não diria que foi na Web Summit que conseguimos investidores, mas foi na Web Summit que aproveitámos para conhecer investidores com quem já estávamos a falar e isso acelerou o processo", indicou Vasco Pedro.

Ao todo, a Unbabel já tem 150 funcionários e também aqui a Web Summit teve influência.

"A Web Summit veio dar visibilidade a Lisboa e contribuiu para a ideia de que é fácil trabalhar em Portugal", referiu o responsável, indicando que 40% dos funcionários são estrangeiros que vivem no país.

No primeiro quadrimestre de 2019, a Unbabel espera chegar a 10 milhões de euros em receitas, adiantou o responsável.

A Web Summit termina na quinta-feira no Altice Arena (antigo Meo Arena) e na Feira Internacional de Lisboa (FIL), sendo esperados mais de 70 mil participantes de 170 países naquela que é a terceira edição de 13 previstas em Lisboa.

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