Ex-governo de Schroeder avalizou empréstimo para a Gazprom
O antigo Governo alemão de Gerhard Schoeder avalizou um empréstimo de 900 milhões de euros destinado ao consórcio de gás russo Gazprom para a construir um gasoduto russo- alemão no Mar Báltico, escreve hoje o diário "Suddeutsche Zeitung".
Na Alemanha, tanto a imprensa como os políticos criticam abertamente a atitude de Schoeder, acusando-o de privilegiar a Gazprom.
A Gazprom queria obter um empréstimo por parte dos bancos alemães para construir o gasoduto, iniciativa na qual se empenhou o antigo Chanceler Gerhard Schoder, revela o diário alemão.
No caso do consórcio russo não poder devolver o dinheiro aos bancos, o Governo de Schoeder mostrar-se-ia disposto a ser avalista e assumir o pagamento do empréstimo até 900 milhões de euros.
Poucas semanas antes de deixar o poder à Chanceler democrata- cristã, Ângela Merkal, o Governo - formado pelos social-democratas do SPD e pelos Verdes - assumiu a 24 de Outubro a garantia do empréstimo.
O diário "Suddeutsche Zeitung" garante que o Governo alemão não tem por princípio oferecer-se para avalista de empréstimos a empresas estrangeiras, mas apenas a companhias alemãs.
O empréstimo serviria para a Gazprom financiar a construção do gasoduto, numa distância de 1.200 quilómetros, que vai desde a Sibéria, passando pelo porto russo de Viborg, até chegar a Greifswal, na Alemanha.
Os custos da construção do gasoduto são estimados entre 4.000 e 5.000 milhões de euros, segundo o diário.
Desde que abandonou o Governo, Schroeder teve diversas propostas para trabalhar.
No passado dia 30 de Março, o ex-chanceler foi eleito presidente do conselho de administração da companhia construtora do projecto russo-alemão para a construção do gasoduto da Europa do Norte (NEGP).
Trata-se de um projecto com a Gazprom, a qual detém 51 por cento da participação no capital, conjuntamente com as companhias alemãs BASF e E.ON, cada uma com uma posição accionista de 24,5 por cento.