A acção foi contestada por associações de defesa dos direitos dos animais.

"Estamos a falar das dez vacas mais bem tratadas e acompanhadas do país, que têm dois polícias municipais, dois tratadores e um veterinário. Caso alguma vaca manifestasse o mínimo sinal de stress, seria substituída", afirmou o presidente executivo da consultora Brand Builders, Paulo Moura Mesquita.

A consultora, responsável pela organização da campanha que decorre até dia 25 de Janeiro em mais quatro praças de Lisboa, decoradas com elementos alusivos ao arquipélago, reagiu hoje à Liga Portuguesa dos Direitos do Animal, que considerou que a acção estaria em "total desrespeito pela legislação portuguesa e europeia".

Para Paulo Moura Mesquita, "são pessoas demasiado urbanas a defender os animais", garantindo ainda que "todos os requisitos foram cumpridos".

A consultora garantiu ainda que os animais "foram inspeccionadas por veterinário para verificação de estado de saúde para transporte e permanência na praça", que terão uma exposição às condições meteorológicas idêntica à da sua origem.

A Brand Builders acrescenta ainda que os passaportes dos animais "foram apresentados para apreciação das Autoridades Sanitárias" que confirmou que estes estavam em "conformidade com os requisitos legais".

A questão foi levantada terça-feira pela Liga Portuguesa dos Direitos do Animal que considerou a acção estava em "total desrespeito pela legislação portuguesa e europeia" e que a exposição dos animais ao barulho e à poluição, assim como ao mau tempo que se faz sentir, sem qualquer abrigo para onde possam recolher "não é admissível".

A associação ANIMAL juntou-se hoje aos protestos, qualificando a acção de "profundamente infeliz", pois considera que as vacas foram colocadas "num ambiente urbano profundamente movimentado e stressante totalmente diferente dos pastos de onde estas vacas não deveriam ter sido retiradas".

Em comunicado, a ANIMAL explicou ainda que tem recebido "mensagens de protesto" de "centenas de pessoas" e que neste âmbito está a promover "uma onda de protestos via e-mail dirigida ao Governo Regional dos Açores, à Secretaria Regional da Economia dos Açores, à Direcção Regional do Turismo dos Açores, à Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada, à Associação Turismo dos Açores e à Bolsa de Turismo de Lisboa".

Este protesto pretende o fim imediato da utilização dos animais na campanha, defendendo ainda que "esta só dá uma má imagem dos Açores, repelindo actuais e potenciais turistas, que se chocarão com a lamentável decisão de usar estas vacas para promover o turismo na região".

NM/JRS/IRE.