ExxonMobil dá 34,4 ME para novo centro de formação tecnológico em Moçambique

A petrolífera ExxonMobil vai financiar com 40 milhões de dólares (34,4 milhões de euros) a construção de um centro tecnológico na cidade moçambicana de Maputo para formar engenheiros em petróleo e gás, anunciou hoje o Presidente moçambicano.

Lusa /

"Achamos que este memorando é muito importante, a ExxonMobil vai apoiar em 40 milhões de dólares [34,4 milhões de euros] a construção de um centro tecnológico na cidade de Maputo para a formação de jovens moçambicanos", anunciou o Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, em declarações aos jornalistas, após visitar a sede da petrolífera norte-americana ExxonMobil em Houston, no Texas, Estados Unidos da América (EUA).

Segundo o Presidente moçambicano, que está a realizar uma visita de trabalho aos EUA, este centro tecnológico vai ser erguido a partir do próximo ano na zona do Estádio Nacional do Zimpeto, arredores de Maputo, cujo plano é começar a formação com pelo menos 100 jovens vindos de todas as províncias do país em matérias de prospeção de gás e petróleo.

Daniel Chapo disse que este centro vai comportar salas de aula, simulação de operações `onshore` e `offshore`, acomodação, restaurante, ginásio e uma clínica, infraestruturas que vão criar um ambiente cómodo para os jovens a serem formados nas matérias de petróleo e gás.

"Vai ser um centro completo que vai permitir que jovens que vêm de todas as províncias do país possam ter local de acomodação e uma formação de cerca de três anos. O objetivo deste centro é transferir a tecnologia e o conhecimento que as empresas multinacionais têm na área de petróleo e gás para os moçambicanos", disse o chefe do Estado moçambicano.

Chapo acrescentou que esta formação visa colocar no mercado moçambicano e mundial uma mão-de-obra qualificada que vai trabalhar nos megaprojetos em curso no país e na região.

"O principal recurso que temos em Moçambique para desenvolver o país é o capital humano e esse capital humano precisa realmente de conhecimento e achamos que esse conhecimento técnico na área de petróleo e gás é extremamente importante", destacou o Presidente de Moçambique.

Ainda nos Estados Unidos, Daniel Chapo anunciou um memorando de entendimento com a ExxonMobil a disponibilizar 10 milhões de dólares (8,6 milhões de euros) para a Empresa Moçambicana de Hidrocarbonetos (ENH) avançar com estudos de viabilidade para maximizar o uso de gás doméstico no país.

Para o Presidente moçambicano, estes acordos são "um sinal muito forte" da ExxonMobil, a manifestar o desejo de transferir conhecimento "acima da média" na área de exploração de petróleo e gás, onde a petrolífera já usa tecnologia mais avançada.

"O país vai ser, sem dúvidas, uma das referências de gás a nível do mundo e é importante que este gás seja operado e explorado por jovens moçambicanos, esse é um grande ganho. E o outro de financiamento a estudos de viabilidade a vantagem é que vai ser a ENH a liderar estes estudos", disse, defendendo este tipo de investimentos para a industrialização do país com recurso ao uso do gás doméstico.

"O outro aspeto importante é sem margem de dúvidas a contribuição em termos globais do que estes projetos vão ter na nossa economia. Vamos ter mais receitas nos cofres do Estado, através do imposto de produção, vamos ter mais receitas através dos impostos de exportação, mais moçambicanos a trabalhar", acrescentou o chefe do Estado, referindo-se aos ganhos desses memorandos e dos projetos de gás e petróleo, no geral.

Moçambique tem três megaprojetos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de GNL da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado, incluindo um da TotalEnergies, em fase de retoma, após a suspensão devido a ataques na região, e outro da ExxonMobil, que aguarda decisão final de investimento, ambos na península de Afungi.

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