Em causa estão os 19 operários da empresa de S. João da Madeira que acusavam esta entidade de incumprimento quanto ao acordo segundo o qual só ficariam de férias depois de lhes ser paga a totalidade do salário de fevereiro.

O pagamento não se verificou, a empresa encerrou para férias mesmo assim e os trabalhadores mantiveram-se à porta durante o horário de expediente, na esperança de que a fábrica retomasse a sua atividade normal esta terça-feira - quando, segundo o BE, já a administração tinha enviado para a residência dos operários "uma carta registada a anunciar que estão despedidos".

"Nos últimos meses foram vários os trabalhadores que rescindiram de comum acordo com a empresa", lê-se no comunicado do Bloco de Esquerda (BE). "Contudo, apesar dos acordos assinados e das datas de pagamento estabelecidas, a empresa acabou por não cumprir".

Em falta continua, assim, metade do salário de fevereiro e agora também a totalidade do de março.

Além disso, os funcionários da fábrica "foram despedidos sem a indeminização a que têm direito por lei", pelo que o BE realça: "Como os trabalhadores vão ter que recorrer ao fundo de garantia salarial, a Segurança Social fica com os cofres mais vazios graças a um empresário que fica com os cofres mais cheios, aproveitando o facto de a legislação proteger os grandes e penalizar os pequenos".

A Lusa tentou ouvir a dirigente do Sindicato dos Operários da Indústria do Calçado, Malas e Afins dos Distritos de Aveiro e Coimbra, mas essa não esteve contactável.

O mesmo aconteceu com a administração da empresa Mariano - que, registada com o nome Manuel de Almeida Jorge & Filhos, Lda., se destacara em setembro de 2009 por introduzir no fabrico de calçado pele de pata de galinha.