Faturação das empresas espanholas em Portugal vale 16 mil milhões

Madrid, 29 set (Lusa) -- As empresas espanholas em Portugal representam um volume de faturação de mais de 16 mil milhões de euros, ou 8 por cento do PIB, empregando mais de 82 mil trabalhadores, segundo um estudo que é apresentado sexta-feira.

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O estudo, que configura um retrato das empresas espanholas presentes em Portugal é na sexta-feira apresentado num encontro promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola (CCILE), em Lisboa.

Dados avançados à Lusa referem que o estudo concluiu que existem atualmente cerca de 1.600 empresas espanholas em Portugal (ainda que apenas se conseguiram dados completos de 1.200 delas).

"Estas 1200 empresas representam um volume de negócios de mais de 16 mil milhões de euros, o que corresponde a aproximadamente 8 por cento do PIB português, e empregam mais de 82 mil trabalhadores", refere o estudo.

A grande maioria destas empresas tem capital maioritariamente espanhol, mas há também muitas multinacionais que gerem as suas atividades em Portugal através de Espanha, como é o caso da AT Kearney, da Cepsa ou da Barloworld Stet, entre outras.

Os dados a que a Lusa teve acesso notam que, considerando a faturação, é no sector petrolífero que se nota a presença mais forte de capital espanhol.

"Repsol e Cepsa são as maiores empresas do sector, com um volume de negócios conjunto de mais de 3.800 milhões de euros, em 2010", refere o estudo.

A Repsol - que atua em Portugal nas áreas de venda de combustíveis, gás engarrafado e de produção petroquímica -- é, aliás, "a maior empresa analisada, alcançando um volume de negócios de cerca de 2.600 milhões de euros".

Segue-se a Cepsa, com uma faturação de cerca de 1.287 milhões de euros e o Santander Totta, com um faturação de 1.168,3 milhões de euros.

Já no que toca a empregados, a Prosegur é a maior empregadora espanhola -- e uma das cinco maiores empregadores de Portugal -- contando com cerca de 8.000 funcionários, seguindo-se os 6.000 do Santander Totta e os 3.900 da rede Dia Portugal Supermercados.

Os investimentos espanhóis estão localizados principalmente na zona de Lisboa (56 por cento) e nas regiões de Braga, Porto e Viana do Castelo (mais de 17 por cento).

As zonas transfronteiriças são as que têm menos presença de empresas, pois a grande concentração é na zona litoral, entre Setúbal e Viana do Castelo, ainda que no distrito de Beja existam 69 empresas, a maioria do sector agrícola, particularmente do cultivo de olivais.

"A zona transfronteiriça está desértica. O IVA é mais barato em Espanha e os empresários escolhem o lado espanhol para criar a sua sede. Esta tendência vai ser ainda maior", sublinha Enrique Santos, presidente da CCILE.

O estudo é apresentado na manhã de sexta-feira na sede da CCILE em Lisboa.

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