"Felizmente não será assim", diz Paulo Portas sobre reforma aos 67 anos

Lisboa, 05 mai (Lusa) - O líder do CDS-PP confessou hoje ter ficado incomodado com o alegado aumento da idade da reforma para os 67 anos e defendeu que essa discussão, apontando para os 66 anos, deve ter "consenso social e densidade técnica".

Lusa /

"Confesso que fiquei incomodado com a notícia de há algumas semanas de que o Governo queria colocar a idade da reforma nos 67 anos, talvez isso correspondesse a algum ímpeto externo, mas não havia consenso no Governo para uma medida dessas, com as consequências políticas, sociais e técnicas que ela teria. Felizmente não será assim", afirmou Paulo Portas.

O presidente centrista e ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros falava numa conferência de imprensa na sede do CDS-PP sobre as medidas de austeridade anunciadas na sexta-feira pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.

Portas revelou ter "ocupado bastante do seu tempo" a estudar o assunto, juntamente com o ministro da Solidariedade Social, Pedro Mota Soares, e vincou que "as evoluções na idade da reforma", sendo "inevitáveis pela míngua do crescimento e pelo inverno demográfico", fazem-se "gradativamente e não bruscamente" e "sem decisões inopinadas".

No mesmo tom, o governante referiu que este tipo de medidas "envolvem consenso social e densidade técnica" e considerou que "é bem melhor partir para o debate público excluindo os 67 anos apontando para os 66 e estudando bem o fator de sustentabilidade".

Já sobre a convergência de pensões entre a Caixa Geral de Aposentações e a Segurança Social, Portas defendeu que ela deve ser feita, mas notou que "há muito trabalho de negociação social a fazer e outro tanto no plano técnico".

 

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