Ferreira Leite, Bagão Félix e Vieira da Silva criticam Orçamento, Vítor Bento defende pacto político e social

por Raquel Morão Lopes

Ferreira Leite, Bagão Félix e Vieira da Silva revelaram-se esta manhã altamente críticos em relação à proposta governamental de Orçamento do Estado para 2012. Na mesa-redonda da manhã da Conferência “O estado e a competitividade da economia portuguesa”, organizada pela Antena1 e pelo Jornal de Negócios, Vítor Bento foi o único que foi mais brando nas críticas ao governo.

A antiga ministra das Finanças Manuela Ferreira Leite mostrou-se convicta de que o Orçamento não vai ser cumprido e discordou da opção de atacar a classe média com o agravamento da carga fiscal. Ferreira Leite sublinhou que a destruição da classe média acarreta a destruição da sociedade.

O antigo ministro das Finanças e do Trabalho Bagão Félix apontou no mesmo sentido e recorreu mesmo a uma metáfora médica. “Em 2013, aumentando a carga fiscal de uma maneira ainda mais agressiva, brutal mesmo, está a entrar-se numa terapêutica viciosa de uma doença que pode agravar a contingência de uma infeção generalizada na economia. Ou seja, esta carga fiscal pode gerar uma septicemia na economia”, previu.

O antigo ministro do Trabalho e da Segurança Social Vieira da Silva culpou o governo e a ‘troika’ pela situação atual. As alterações na idade da reforma dos funcionários públicos foram criticadas por Vieira da Silva, que avisou que se está a criar um “foco de instabilidade” e a “raiva” dos cidadãos.

O economista Vítor Bento foi brando nas críticas ao Orçamento e defendeu que é preciso “um pacto entre as forças políticas e sociais para fazer o que é necessário para o país se manter no euro”. “Se não fizermos o que é necessário vamos sair do euro mais cedo ou mais tarde”, avisou.

(com Sandra Henriques)
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