Filas no aeroporto. "Têm que ser tomadas medidas de emergência"

por RTP
À Antena 1 a Associação de Turismo de Lisboa pede medidas urgentes para combater os tempos de espera no aeroporto, dizendo que é uma situação inadmissível Hugo Correia - Reuters

O tempo de espera nas filas do aeroporto de Lisboa voltou a aumentar. No controlo de passaportes houve demoras de mais de 60 minutos em 17 dias do mês de março e 14 dias em fevereiro. A espera chegou mesmo a ultrapassar as duas horas. Os operadores turísticos estão preocupados e a Associação de Turismo de Lisboa pede medidas urgentes. Diz que os tempos de espera são um mau cartão-de-visita para os turistas e avisa que a situação não pode continuar como está.

De acordo com os dados da tabela de monitorização do aeroporto avançados esta quinta-feira pelo Diário de Notícias, em 17 dias do mês de março e 14 dias do mês de fevereiro houve demoras de mais de 60 minutos no controlo de passaportes nas chegadas a Lisboa, sendo que em quatro desses dias os picos de espera ultrapassaram as duas horas.

"Já quase houve casos de motim, porque há muita gente a perder os voos de ligação (…) Acabam de fazer voos transcontinentais muito longos, e a última coisa que desejam é estar horas para passar o controlo da fronteira", disse uma fonte aeroportuária ao mesmo jornal.

Os turistas que precisam de apresentar o passaporte à chegada estão a enfrentar longos períodos de espera no controlo do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

À Antena 1 a Associação de Turismo de Lisboa pede medidas urgentes para combater os tempos de espera no aeroporto, dizendo que é uma situação inadmissível.

Vítor Costa pede uma intervenção urgente, explicando que os tempos de espera no aeroporto de Lisboa são um mau cartão de visita para os turistas.

Ao Diário de Notícias, o SEF refuta o problema apresentando os "tempos médios" e sublinha que "a função do SEF é garantir, em qualquer circunstância, a segurança do controlo efetuado na fronteira, seja no aeroporto de Lisboa seja noutra fronteira qualquer, independentemente dos tempos que estiverem associados e cumprindo rigorosamente todos os padrões europeus e internacionais em matéria de segurança".

E acrescenta que "os picos referidos são situações pontuais, como por exemplo na época da Páscoa, no mês março", e que neste mês "o tempo médio de espera é de 12 minutos nas chegadas (inferior a 2017), e a monitorização de abril revela melhoria dos indicadores".

O SEF reforçou o número de inspetores no aeroporto de Lisboa, mas passado um ano o problema parece não estar resolvido. A situação agrava-se sobretudo com a chegada de voos fora do espaço Schengen. Quem vem dos Estados Unidos, China e Canadá chega às primeiras horas da manhã e encontra grande parte das cabines do SEF vazias.

Os operadores turísticos estão alarmados com a chegada do verão e o aumento de cerca de 16 por cento do fluxo de passageiros no primeiro trimestre deste ano.
Menos 50 inspetores do SEF
O presidente da Confederação do Turismo de Portugal defendeu que o país fica mal na fotografia.

"Esta é uma situação altamente prejudicial para o turismo na medida em que é também a primeira impressão que um turista retira de um destino turístico. Sujeitar um passageiro que aterra em Lisboa após várias horas de viagem a uma espera superior a uma hora compromete imediatamente a sua experiência. E é preciso não esquecer que o turismo vive de experiências", explicou Francisco Calheiros ao Diário de Notícias.

As queixas chegam também por parte da Associação das Companhias Aéreas. O secretário-geral, António Moura Portugal, considera que enquanto os operadores turísticos promovem o país lá fora o Governo, o SEF e a ANA remam na direção oposta.

Atualmente são 180 os inspetores do SEF no aeroporto de Lisboa, o que corresponde a menos 50 que no ano anterior.
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