Fileira do calçado investe 6 ME para dar "salto qualitativo" na internacionalização

por Lusa

Porto, 06 fev (Lusa) -- Um consórcio de 23 empresas portuguesas da fileira do calçado vai investir perto de seis milhões de euros num projeto de inovação, qualificação/rejuvenescimento de quadros e reforço da imagem do `cluster` para dar um "salto qualitativo" na internacionalização.

Designado "FAMEST Footwear, Advanced Materials, Equipment`s and Software Technologies - Calçado e tecnologias avançadas de materiais, equipamentos e `software`", o projeto é cofinanciado pelo Programa Compete 2020, envolvendo um Investimento elegível de 5,9 milhões de euros que resultou num incentivo FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional) de 4,2 milhões de euros.

Liderado pela Kyaia, o consórcio abrange empresas de toda a cadeia de valor do setor - couros, palmilhas, solas, produtos químicos, `software`, equipamentos, logística e calçado -- e ainda nove entidades de Investigação & Desenvolvimento (I&D) que visam assegurar "o desenvolvimento de resultados inovadores e a sua valorização económica pelos promotores nos mercados nacional e internacional".

Na página da Internet do Compete 2020 o FAMEST é descrito como sendo, "na essência, um `cluster` do calçado e moda que pretende apostar na internacionalização do calçado português".

"O projeto FAMEST é na essência um `Cluster` do Calçado e Moda que pretende ser competitivo, tendo que para isso apostar na criatividade, dominar todo o processo de produção e o ciclo de vida do produto, abraçar desafios, tendências e oportunidades societais, de mercado, tecnológicas, a indústria 4.0 e a economia circular", refere.

Neste contexto, o projeto propõe-se "inovar ao nível do `design` e produtos, materiais e componentes, bens de equipamento e processos, modelos de negócio, economia digital e desenvolvimento sustentável e responsável".

Visa ainda "qualificar e rejuvenescer os recursos humanos, empresas e instituições para reforço das competências do `cluster` na criação, promoção e gestão do produto", assim como "internacionalizar e comunicar favorecendo o domínio da imagem do `cluster`, elevando-a a padrões mais exigentes", o que implica "investir numa imagem coletiva nacional".

O objetivo é dar na próxima década "um salto qualitativo na internacionalização do calçado português", tornando-o "uma referência fundamental no plano mundial".

"A sofisticação e a criatividade da oferta portuguesa ao nível dos materiais, produtos, processos produtivos e modelos de negócio serão argumento para uma maior penetração em segmentos de mercado onde a escolha se baseia mais na moda e na tecnicidade do que no preço", refere a Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS).

E -- acrescenta -- para que se seja garantido esse posicionamento no mercado internacional, a aposta "terá forçosamente que incidir na diferenciação, na flexibilidade, na rapidez de resposta e na qualidade dos produtos, de modo a que se tornem competitivos e superiores aos da concorrência, criando uma relação mais próxima com os clientes".

De acordo com a APICCAPS, o FAMEST surge no seguimento do trabalho que o Centro Tecnológico do Calçado de Portugal (CTCP) tem vindo a desenvolver "de disseminação, difusão, demonstração e transferência de conhecimento na fileira do calçado, no âmbito do projeto Proshoe".

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