Futuro dos motores de busca passa pelos conteúdos partilhados e móveis

O futuro dos motores de busca passa pelos conteúdos partilháveis, fácil e rapidamente acessíveis, bem como parcerias com operadoras móveis, foram as conclusões de um debate hoje que decorreu no âmbito 16º Congresso das Comunicações.

Agência LUSA /

O aparecimento dos primeiros motores de busca coincidiu com nascimento da Internet, mas têm vindo a sofrer uma progressiva evolução.

O Yahoo foi um dos primeiros motores de busca a ser lançado, desenhado para efectuar pesquisas estruturadas, tornando-se obsoleto à medida que aumentavam os graus de exigência dos consumidores.

Hoje em dia ganharam especial relevância motores de busca como o Google ou o Exalead e a nível nacional o Sapo, que efectuam pesquisas indexadas por uma palavra-chave, permitindo aos utilizadores ter um acesso imediato àquilo que procuram.

Isabel Aguilera, directora-geral do Google para Espanha e Portugal, frisou que a criação de ferramentas que facilitem o acesso às informações e optimização dos resultados de pesquisa são as prioridades da empresa.

A estratégia do Google está 70 por cento focada em pesquisa e anúncios, e 30 por cento nos serviços adicionais que prestam como Google Books, Google Video, Gmail, Google Earth e Google Maps.

Isabel Aguilera referiu ainda que "o futuro é móvel" e por isso no horizonte do Google estão parcerias com operadoras para que seja possível o acesso à informação por telemóvel.

O Google pretende ainda aproximar-se mais dos seus clientes, apresentando um serviço mais personalizado - "Google wants to know who you are" ("o Google quer saber quem tu és").

Acompanhando a tendência dos consumidores em agrupar-se em comunidades, haverá uma aposta na partilha dos conteúdos e numa segmentação de mercado cada vez mais orientada ao grupo.

Entre os novos serviços que serão lançados pelo Google está o "click to call", em que o utilizador carrega num link para ser contactado, via telefónica, pelo anunciante.

O Sapo foi a única empresa portuguesa ligada aos motores de busca que esteve representada nesta conferência.

Segundo João Paulo Luz, do Sapo, um estudo da Marktest revelou que 11 por cento das páginas consultadas no Sapo, de Janeiro a Outubro de 2006, foram motores de busca e "homepages" de portais.

Em Portugal, a importância das pesquisas on-line está relacionada com a sua rentabilidade, visto que "as receitas directas no mercado português, por segmento, são muito superiores nas pesquisas", afirmou o director do Sapo,.

Os consumidores querem informação imediata, e não fornecedores de informação, o que justifica o lucro obtido através das pesquisas.

Sob uma perspectiva empresarial, François Bourdoncle, CEO do motor de busca Exalead, considerou que a Internet é a "chave para o futuro das empresas".

Bourdoncle enfatizou o facto da pesquisa on-line ser a forma preferida dos utilizadores para procurar informação, frisando que "também as pessoas são importantes fontes de informação".

David Alstadter, responsável pelo portal Live da Microsoft frisou que a pesquisa é "a ferramenta" e que mais importante que encontrar informação é "ser capaz de usá-la e partilhá-la".

Por isso uma das apostas da Microsoft será o "Desktop Search", que permitirá aceder com maior rapidez e facilidade a conteúdos que estejam no seu computador ou na rede.

Roberto Rujo, director da Capgemini, fez uma análise da relação entre as empresas de Internet e as empresas de telecomunicações, concluindo que os operadores devem "reforçar a sua presença on-line e adoptar modelos de negócio baseados em anúncios publicitários", de forma a competir com as empresas de Internet.

Os serviços de comunicação disponíveis na Internet, como o e-mail ou o serviço de mensagens instantâneas, baseiam- se nas receitas da publicidade on-line e na evolução tecnológica para poder oferecer serviços gratuitos ou de baixo custo.

Geraldo Stein Maroniene, responsável pela Fast na América Latina, empresa que fornece tecnologias de busca para portais web, afirmou que a prioridade tem sido facilitar o acesso aos conteúdos, através de um aperfeiçoamento na definição dos critérios de pesquisa da aplicação.


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