Galp acredita que parceria na Namíbia reduz exposição da petrolífera

A Galp acredita que a parceria que anunciou hoje com a Total, na Namíbia, é vantajosa para a companhia, salientando que este tipo de projetos normalmente se desenvolve em consórcio, reduzindo assim a exposição da petrolífera.

Lusa /

Durante uma `conference call` com jornalistas, João Marques da Silva, um dos co-CEO (presidente executivo) do grupo, disse que "este tipo de projetos é desenvolvido em consórcio", indicando que não é "usual que a Galp tivesse uma exposição de 80%".

Para o gestor, "não faz sentido que a Galp tenha esse tipo de exposição", apontando que o que é fundamental é "um parceiro credível" na exploração deste ativo.

A Galp anunciou hoje uma parceria com a TotalEnergies para a troca de 40% na área PEL 83, na Namíbia, por outras duas operadas pela multinacional francesa, que passará a assumir a operação desta licença.

"Em troca de uma participação de 40% na PEL 83, a Galp irá adquirir uma participação de 10% na PEL 56, onde se encontra a descoberta Venus, e uma participação de 9,4% na PEL 91, ambas operadas pela TotalEnergies", refere um comunicado hoje divulgado pela petrolífera portuguesa.

No comunicado, a Galp refere que escolheu a TotalEnergies como parceira para "operar e desenvolver conjuntamente a descoberta de Mopane através de uma troca de ativos".

Com esta troca, a Galp cede metade da participação que detinha na Licença de Exploração Petrolífera n.º 83 (PEL 83).

Os co-CEO da Galp acreditam que esta parceria faz sentido para a companhia, tendo em conta que em Mopane ainda há muito trabalho para ser feito e Venus está uns anos mais avançado, podendo mesmo estar em condições de produzir já em 2030.

A co-CEO Maria João Carioca explicou que, segundo o acordo de financiamento, a Total irá assumir 50% dos custos com o desenvolvimento inicial de Mopane, que será reembolsado apenas após se iniciar a produção petrolífera do ativo, permitindo "reduzir significativamente" a exposição da Galp.

Questionada sobre o impacto desta parceria nas ações da Galp, que hoje fechou a sessão na bolsa de Lisboa a cair mais de 14%, Maria João Carioca admitiu que para investidores mais de curto prazo pode haver uma expectativa de "devolução de `cash` mais rápido", mas disse acreditar que a situação se regularize à medida que "olhem com mais calma" para a informação do negócio.

Sobre a divulgação do acordo enquanto o mercado estava aberto, a co-CEO disse que houve uma preocupação com possíveis "fugas de informação".

Os co-CEO não avançaram um valor concreto para o negócio.

Tópicos
PUB