Gás russo. União Europeia parte para a eliminação de importações até ao fim de 2027

Os ministros da Energia da União Europeia concordaram esta segunda-feira em eliminar gradualmente todas as importações russas de gás russo até 2027. No entanto, não houve unanimidade no acordo. A Hungria e a Eslováquia, que estão diplomaticamente mais próximas do Kremlin, opuseram-se.

Carla Quirino - RTP /
Ilustração de Dado Ruvic - Reuters

Os ministros da Energia do bloco dos 27, reunidos em Luxemburgo, aprovaram um plano da Comissão Europeia para eliminar gradualmente as importações de gás natural liquefeito (GNL) da Rússia sujeitas à aprovação pelo Parlamento da União Europeia.

Lars Aagaard, ministro da Energia da Dinamarca, que detém a presidência rotativa da União Europeia, classificou esta medida como um passo “crucial” para tornar a energia da Europa independente.
Afastar a UE do fornecimento russo

Esta medida faz parte de uma estratégia mais alargada que visa afastar a UE do fornecimento de energia russo e integrará o novo pacote de sanções destinadas a restringir os lucros de Moscovo.

"Embora tenhamos trabalhado muito a pressionar para retirar o gás e o petróleo russos da Europa nos últimos anos, ainda não chegámos lá", disse Aagaard.

Entretanto a Comissão está também a fechar o cerco para que as importações de GNL sejam eliminadas até janeiro de 2027.

A percentagem do gás da Rússia que a UE importa caiu de cerca de 45 por cento para 12 por cento, após a invasão da Ucrânia em 2022. Apesar da redução, alguns países como a Hungria, França e Bélgica ainda recebem gás proveniente da Rússia.
Hungria e Eslováquia contra
Embora as sanções precisem de aprovação unânime dos 27 Estados-membros da UE, as restrições comerciais exigem apenas o apoio de uma maioria ponderada de 15 países.

Desta forma, a Comissão Europeia projetou as propostas para conseguir ultrapassar a oposição da Hungria e da Eslováquia, os dois países que querem continuar a importar petróleo russo.

"O impacto real deste regulamento implicará que o nosso fornecimento de energia na Húngria, até agora seguro, será extinto
", afirmou o principal diplomata de Budapeste, Peter Szijjarto.

Argumenta ainda que o Governo húngaro diz que o país sem litoral precisa importar gás da Rússia devido a restrições geográficas.


Também o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, demonstrou resistência à eliminação progressiva da importação de gás e do petróleo e sanções contra a Rússia.

De acordo com a proposta aprovada nesta segunda-feira, as importações de gás russo sob novos contratos serão proibidas a partir de 1o de janeiro de 2026. Este plano deverá receber o apoio do Parlamento Europeu.

Os contratos já existentes vão continuar a beneficiar de um período de transição, com entradas ao abrigo de contratos de curto prazo permitidas até 17 de junho do próximo ano e as de contratos de longo prazo até 1 de janeiro de 2028.

A lei ainda não é definitiva. Os países da UE devem negociar as regras finais com o Parlamento Europeu, que ainda está a debater a sua posição.

A alta representante da União Europeia para a Política Externa e a Política de Segurança, Kaja Kallas, declarou que o novo pacote de sanções pode ser aprovado durante esta semana.

c/ agências
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