Globalização. Fórum Económico Mundial discute desigualdades

por Mário Aleixo - RTP
O Fórum Económico Mundial, na estância de Davos, na Suíça, decorre sob fortes medidas de segurança Arnd Wiegmann - Reuters

Há pelo menos duas décadas que o Fórum de Davos avisa que "o excesso de globalização" levará a uma "situação de desequilíbrio e desigualdade", a qual "não será sustentável sem responsabilidade social", recorda Klaus Schwab, presidente executivo e fundador do evento.

O Fórum Económico Mundial, em Davos, arranca esta terça-feira, com o Governo português a aproveitar a oportunidade para promover o país num evento que este ano é marcado pela ausência dos líderes políticos dos Estados Unidos, França e Reino Unido.

O ministro adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, lidera a comitiva portuguesa na Suíça, que integra ainda o secretário de Estado da Internacionalização e conta "com muitos contactos" durante "três dias muito intensos".

O presidente executivo e fundador do Fórum, Klaus Schwab, já reconheceu que existe um "grande nível de incerteza generalizada" porque as pessoas "sentem-se inseguras e já não acreditam que o mundo de amanhã será melhor que hoje".

O evento acontece numa altura em que a situação económica e política a nível internacional levanta dúvidas sobre o futuro, com a manifestação dos "coletes amarelos" em França, o processo de saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) e a insistência de Trump na construção de um muro na fronteira com o México.

A OXFAM lançou um relatório que mostra o aumento da distância entre ricos e pobres.

A organização não-governamental dá conta de que a fortuna dos multimilionários cresceu 12 por cento em 2018 e a pobreza aumentou.

Vinte e seis multimilionários têm tanto dinheiro como quase quatro mil milhões de pessoas.

A correspondente da Antena 1 e da RTP em França, Rosário Salgueiro, apresenta os números e começa por dar o exemplo de uma família nigeriana que luta diariamente contra a pobreza.

Ausências sentidas
Sob o tema "Globalização 4.0", o Fórum deste ano é marcado não só pela ausência do Presidente norte-americano, Donald Trump, bem como por toda a delegação oficial que iria representar o país, devido à paralisação administrativa em Washington, o que se traduz numa situação inédita em quase meio século da história deste evento.

A juntar-se a isto, destaque também para as ausências do Presidente francês, Emmanuel Macron, e da primeira-ministra britânica, Theresa May.

No entanto, ficou assente que o Fórum não pretende deixar que a atualidade e as suas múltiplas crises catalisem os debates e conversas que vão decorrer até 25 de janeiro em Davos, num acontecimento que reúne cerca de três mil participantes, entre os quais mais de 60 chefes de Estado e de Governo, uma centena de responsáveis ministeriais e outros tantos dirigentes das empresas mais influentes de cerca de 20 indústrias.

As alterações climáticas serão também um tema emblemático deste encontro, em que a posição cética não está representada por Trump, mas antes pelo novo Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que tem ameaçado retirar o país do Acordo de Paris.

A Europa será representada pelo primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, e pela chanceler alemã, Angela Merkel.
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