Governo cabo-verdiano faz requisição civil de pilotos durante greve da companhia estatal
O Governo cabo-verdiano fez uma requisição civil de pilotos face à ausência de serviços mínimos durante a greve de cinco dias da companhia aérea estatal, anunciou em resolução aplicada hoje.
"A greve assumida pelo Sindicato Nacional dos Pilotos de Aviação Civil (SNPAC) criará enormes dificuldades ao país, inviabilizando as ligações aéreas internacionais, com sérios prejuízos para a economia do país, principalmente porque o SNPAC se recusou a prestar os serviços mínimos", lê-se numa resolução do Conselho de Ministros publicada em suplemento ao Boletim Oficial de sexta-feira.
"Com a realização da greve e a recusa em prestar serviços mínimos, a atividade da empresa será totalmente paralisada e todos os voos previstos serão cancelados", num total de 12 ligações internacionais e sete domésticas, descreveu o Governo na mesma resolução.
Seriam afetados ainda "voos contratualizados do tipo regular e `charter`, para Lisboa, Paris e Bérgamo", com prejuízos que rondariam os quinze milhões de escudos (136 mil euros), numa altura em que a companhia está a tentar controlar custos.
Por princípio, na resolução refere-se que "existem outros direitos sociais e serviços essenciais, que, pela sua natureza impreterível, devem ser garantidos, sem que, com isso, o direito à greve possa ser colocado em causa", concluiu.
A requisição civil de oito dos 30 pilotos vigorou hoje e aplica-se ainda a domingo e segunda-feira, último dia de greve.
Os pilotos da TACV iniciaram na quinta-feira uma greve por melhorias na carreira, reforço de segurança operacional e melhor proteção da saúde, entre outras reivindicações, anunciaram dirigentes sindicais.
"Apelamos ao dono da empresa [Estado] para se sentar com a classe e discutir estas questões, porque não vamos aceitar mais promessas", disse Edmilson Aguiar, presidente do SNPAC.
Segundo referiu, o caderno reivindicativo está em discussão há 10 meses.
Pedro Barros, presidente da TACV, referiu que as reivindicações dos pilotos "são legítimas", mas que há divergências quanto a prazos e forma de implementação de medidas.