Governo de Macau aprova negócio do único `casino-satélite` que não vai encerrar

O Governo de Macau anunciou hoje a aprovação da aquisição por parte da concessionária SJM Resorts do Royal Arc, o único dos 11 `casinos-satélite` que irá continuar a operar após o final do ano.

Lusa /
Bobby Yip - Reuters

De acordo com um despacho publicado no Boletim Oficial da região chinesa, as autoridades receberam, em 11 de novembro, um pedido da SJM e da empresa que detém o hotel onde se situa o Royal Arc para aprovar o negócio.

"Essa transmissão visa manter a exploração e operação contínuas do casino existente (...), que funciona como um casino satélite, transformando-o num casino pertencente à concessionária de jogos", referiu a nota.

O processo implicou pareceres do regulador dos casinos, a Direção de Inspecção e Coordenação de Jogos, e da Direção dos Serviços de Turismo, que tem a tutela dos hotéis, referiu o despacho do secretário para os Transportes e Obras Públicas.

Raymond Tam Vai Man disse que a Direção dos Serviços de Solos e Construção Urbana e a Comissão de Terras deram luz verde ao negócio, parcialmente por "não haver indícios de que a transmissão é pedida para fins especulativos".

Na segunda-feira, a SJM anunciou, num comunicado enviado à bolsa de valores de Hong Kong, que os acionistas da concessionária tinham aprovado o negócio, numa assembleia geral extraordinária.

Em 20 de novembro, a empresa tinha anunciado um acordo para a aquisição da empresa que detém o hotel onde se situa o Royal Arc por 1,75 mil milhões de dólares de Hong Kong (195,2 milhões de euros).

Os `casinos-satélite`, sob a alçada das concessionárias, são geridos por outras empresas, sendo uma herança da administração portuguesa e que já existia antes da liberalização do jogo no território, em 2002.

Quando a legislação que regula os casinos foi alterada, em 2022, estabeleceu-se o final de 2025 como data limite para terminar a atividade destes espaços de jogo.

Em 09 de junho, o Governo de Macau anunciou que as concessionárias de jogo tinham comunicado o fim da exploração dos 11 `casinos-satélite`, onde trabalhavam cerca de 5.600 residentes.

No entanto, a SJM, fundada pelo magnata do jogo Stanley Ho Hung Sun (1921-2020), revelou na altura planos para adquirir o Royal Arc e pedir às autoridades para assumir a gestão direta dos espaços.

Nove dos 11 `casinos-satélite` de Macau já encerraram. O último a fechar portas, em 09 de dezembro, foi o Fortuna, com mais de 550 funcionários. O décimo, o Landmark, que tem 1.169 trabalhadores, vai encerrar em 30 de dezembro.

A SJM sublinhou que todos os funcionários dos `casinos-satélite` com estatuto de residente em Macau e diretamente contratados pela empresa têm emprego garantido em outros casinos.

Já os outros trabalhadores locais "são convidados a candidatarem-se a vagas relacionadas" dentro do grupo, "com prioridade para contratação" e com condições iguais às que tinham.

A DICJ prometeu cooperar com a Direção dos Serviços para os Assuntos Laborais para assegurar o cumprimento das garantias dadas pelas concessionárias, nomeadamente "a recolocação de todos os referidos trabalhadores".

De acordo com dados oficiais, a taxa de desemprego em Macau caiu para 1,7% - o valor mais baixo desde janeiro - entre agosto e outubro.

Tópicos
PUB