Governo dos Açores assinala na Bermuda 170 anos da chegada de imigrantes portugueses

por Lusa

O presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, inicia no sábado uma visita à Bermuda que assinala o 170.º aniversário da chegada dos primeiros imigrantes portugueses ao território.

A visita do governante açoriano surge a convite do `premier` [chefe do governo] local, Edward David Burt, e esta será a primeira deslocação oficial de Vasco Cordeiro à Bermuda, território ultramarino britânico situado no Atlântico norte, que foi destino da emigração açoriana desde o primeiro quartel do século XIX.

Estima-se, de acordo com informações do Governo dos Açores, que cerca de 20 a 25% da população da Bermuda seja descendente de portugueses, dos quais 90% de origem açoriana.

Em maio de 2016, os executivos dos Açores e da Bermuda assinaram, em Ponta Delgada, um memorando que conferiu um enquadramento político e institucional à relação afetiva existente entre os dois arquipélagos atlânticos, assente, sobretudo, na emigração açoriana que, a partir de meados do século XIX, rumou àquele território atlântico.

No sábado, após a chegada à Bermuda, Vasco Cordeiro apresenta cumprimentos ao governador John Rankin, seguindo-se uma receção oferecida pelo `premier` Edward David Burt.

No dia seguinte, o governante açoriano visita a exposição permanente "Azores e Bermuda", no Museu Nacional da Bermuda, que retrata a importância e a influência, ao longo do tempo, da comunidade para o desenvolvimento daquele território, participando, à tarde, na procissão em honra da comunidade portuguesa.

A noite desse dia está reservada para a sessão solene de comemoração da chegada dos portugueses à Bermuda, organizada por uma comissão composta pelo Governo da Bermuda, pela Casa dos Açores da Bermuda, pela comissão de Festas do Senhor Santo Cristo da Bermuda e pela comissão das Festas do Divino Espírito Santo da Bermuda, entre outras entidades.

Na segunda-feira, feriado nacional instituído este ano para assinalar a chegada dos portugueses à Bermuda, o programa tem início com a cerimónia de descerramento de uma placa alusiva à chegada de açorianos à Bermuda, enquanto que, à tarde, Vasco Cordeiro inaugura a sede da Casa dos Açores na Bermuda, encontrando-se com a comunidade açoriana.

Está ainda prevista uma visita ao Clube Vasco da Gama, fundado em 1935, responsável pela Escola Portuguesa, dedicada ao desenvolvimento e preservação da língua portuguesa, projeto apoiado pelo Governo dos Açores.

No último dia da visita oficial, o presidente do Governo visita ainda a Portuguese Rock, localizada na Reserva Natural Spittal Pond.

A emigração açoriana para a Bermuda data da segunda metade do século XIX.

Embora estes primeiros imigrantes fossem da Madeira, nas décadas seguintes, a maioria dos imigrantes portugueses chegaria dos Açores, juntamente com cabo-verdianos e outros madeirenses, indicam dados do executivo dos Açores.

Por volta de 1890, os imigrantes portugueses estavam bem estabelecidos na Bermuda, sendo a maioria oriunda do Arquipélago dos Açores.

Se, relativamente aos outros destinos da emigração açoriana, a maioria dos emigrantes eram oriundos de todas as ilhas dos Açores, no caso da Bermuda, são, maioritariamente, naturais de concelhos específicos de São Miguel.

A Bermuda foi, assim, o terceiro grande destino da emigração açoriana, após Brasil e Estados Unidos da América.

­Relativamente aos processos que foram tratados diretamente pela Direção Regional das Comunidades dos Açores, apurou-se, de 1960 a 2018, um total de 8.626 cidadãos portugueses da região que saíram para a Bermuda com contrato de trabalho, para exercerem diversas atividades profissionais, nomeadamente nas áreas da construção civil e jardinagem.

De 2013 a 2018 saíram da região 389 cidadãos dos Açores, e este ano, de janeiro a 13 outubro, saíram da região 80 cidadãos açorianos com contrato de trabalho para a Bermuda.

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