Governo e Embraer assinam carta de intenção para abrir fábrica de aeronaves Super Tucano em Beja
O ministro da Defesa Nacional e o presidente empresa brasileira Embraer assinaram hoje uma carta de intenção para a abertura de uma fábrica de aeronaves Super Tucano em Beja, na cerimónia que assinalou a entrega das primeiras cinco.
"Hoje damos este passo, que é relevante. Não adquirimos apenas, adquirimos e queremos participar e hoje assinamos esta carta de intenção que tem em vista a criação de uma fabrica de produção de aeronaves Super Tucano em Évora", anunciou Nuno Melo.
O governante falava nas instalações da OGMA - Indústria Aeronáutica de Portugal, em Alverca, na cerimónia que assinalou a entrega pela Embraer SA à Força Aérea Portuguesa das primeiras cinco A-29N Super Tucano de um total de doze, com entrega prevista durante os próximos dois anos.
Discursando com as cinco aeronaves Super Tucano atrás de si - que momentos depois foram batizadas com um pequeno `banho` champanhe pela mão do ministro, chefe da Força Aérea e presidente da Embraer - Nuno Melo realçou que Portugal não quer apenas adquirir equipamento militar mas também estar envolvido no processo de produção, destacando os seus efeitos na economia nacional.
"Nós vamos adquirir satélites, mas não vamos ficar pela aquisição, vamos produzir em Portugal. Vamos adquirir fragatas, mas não vamos ficar pela aquisição de fragatas, através delas vamos lançar o Arsenal do Alfeite que tem problemas estruturais de décadas, para o século XXI. Nós vamos adquirir veículos militares, mas também os vamos produzir em Portugal", exemplificou, acrescentando também neste leque a produção de munições.
De acordo com o ministro, só em 2025 "nasceram 60 novas empresas nas indústrias de Defesa" e tal deve-se ao "clima de confiança para os investidores" que o executivo "está a criar".
No caso das Super Tucano está em causa um procedimento semelhante ao investimento feito nas aeronaves KC-390, também produzidas pela brasileira Embraer e nas quais foram introduzidas modificações para as adequar aos requisitos estabelecidos pelas alianças das quais Portugal faz parte, nomeadamente a NATO, Nações Unidas e União Europeia.
Estas modificações, certificadas pela Autoridade Aeronáutica Nacional, fazem com que as aeronaves possam ser adquiridas por outros países membros da NATO ou União Europeia, com lucro para o Estado português.