Governo lança na quarta-feira o concurso para a segunda fase da linha de alta velocidade

O primeiro-ministro afirmou hoje que o Governo irá lançar na quarta-feira, em Conselho de Ministros, o concurso público para a segunda fase da linha de alta velocidade (Oiã a Soure), depois de uma primeira tentativa falhada.

Lusa /
EPA

"Amanhã [quarta-feira] vamos decidir uma outra matéria que está relacionada com a região de Coimbra. Vamos lançar o procedimento para a segunda fase da linha de alta velocidade entre Oiã e Soure", disse Luís Montenegro, que discursava na cerimónia de inauguração do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), que serve Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo com autocarros elétricos a circular em via dedicada.

Para o primeiro-ministro, aquele projeto, também conhecido como `metrobus`, irá assegurar "uma aproximação à estação de Coimbra da linha de alta velocidade".

Luís Montenegro salientou que o `metrobus` em Coimbra é "o projeto mais avançado" do tipo em Portugal, que o Governo pretende depois replicar em Braga, Aveiro e Leiria, cidades que serão também servidas pela linha de alta velocidade (algo já defendido no passado pelo ministro das Infraestruturas).

"Estamos não apenas a olhar para este projeto, que tinha a ambição de resolver um problema de 30 anos [...], mas estamos a fazer mais do que isso. Estamos a olhar para uma estratégia de desenvolvimento do país segundo a qual queremos resolver em simultâneo os problemas de mobilidade nos centros urbanos, quotidianos, mas ao mesmo tempo estamos a tratar de ter uma rede onde todos nos movimentamos de forma mais ágil e mais fácil", disse.

O segundo concurso do troço da linha de alta velocidade entre Porto e Lisboa, que vai de Oiã (Oliveira do Bairro) a Soure, surge depois de primeiro procedimento (lançado em julho de 2024) ter caído, com a única proposta a ser chumbada pelo júri, depois de propor o desvio da estação da linha de alta velocidade de Coimbra-B para Taveiro, fora da cidade de Coimbra, ao contrário do previsto no projeto.

O Governo chegou a dar a indicação de que o concurso público seria relançado em maio, depois no verão, com a última garantia a ter sido dada à nova presidente da Câmara de Coimbra, Ana Abrunhosa, de que o procedimento seria aberto até ao final deste ano.

Sobre o arranque do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), Luís Montenegro notou que este é "um dia muito importante", recordando que o projeto tem três décadas de "avanços e de recuos, de muita ansiedade, de muita frustração e, às vezes, até indignação".

Apesar de recordar o passado, o primeiro-ministro vincou que é preciso "olhar para o futuro", referindo que o projeto tem "já perspetivas de se poder desenvolver no futuro, com o seu alargamento".

O SMM tem "potencialidades enormes", afirmou, referindo que o sistema irá também encurtar distâncias, apesar de o tempo de viagem entre a Lousã e Coimbra ser sensivelmente o mesmo que aquele que era assegurado pela automotora que percorria o ramal ferroviário.

Depois de a operação ter arrancado de forma preliminar no troço urbano da cidade de Coimbra, o serviço foi hoje alargado aos concelhos que mais sofreram com o fim do ramal ferroviário da Lousã, encerrado em janeiro de 2010, na altura para dar lugar a um metro ligeiro de superfície.

O projeto conheceu vários contratempos, alterações e paragens, mas acabou a ser relançado como `metrobus` pelo Governo liderado por António Costa (PS), que adjudicou as principais empreitadas relacionadas com este projeto, que tem um custo global de cerca de 220 milhões de euros.

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