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Governo não tem intenção de nacionalizar a Groundforce

por RTP
Pedro Nuno Santos explicou as intenções do Governo face à Groundforce Nuno Fox-Lusa

O ministro das Infraestruturas e da Habitação reafirmou que "o Governo não tem qualquer intenção de nacionalizar a Groundforce". Resposta do Executivo ao acionista privado, Alfredo Casimiro (50,1%), que acusou o Executivo de "chantagem" e de ter feito "um ultimato inaceitável" para que a TAP emprestasse dinheiro para ajudar a empresa. No meio desta negociação, milhares de trabalhadores estão com salários em atraso. Pedro Nuno Santos deixou um apelo ao acionista maioritário para que aceite as condições do adiantamento para pagar os ordenados do mês de fevereiro. Disse que a TAP está disponível para ajudar até que se concretize o empréstimo bancário que está a ser negociado com a banca. Mas o accionista privado quer manter o controlo da empresa mesmo que não pague a dívida.

"Ao contrário do que é dito, não temos qualquer intenção ou vontade de nacionalizar a empresa ou empresas", afirmou hoje Pedro Nuno Santos, em conferência de imprensa.

Num comunicado divulgado ontem, Alfredo Casimiro, acionista maioritário da Groundforce, acusava o ministro de querer nacionalizar a Groundforce "e entregá-la daqui a uns tempos a outro privado. Estão a aproveitar-se da pandemia para fazer um roubo, tal como os que ocorreram a 11 de março de 1975”.

O ministro das Infraestruturas e da Habitação desvalorizou o "tom da carta", tendo em conta "a situação de desespero em que está o acionista privado da Groundforce". "Tenho de dar um desconto à carta que foi tornada pública e faço esse desconto, porque entendo a situação de desespero em que está o acionista privado da Groundforce. O tom da carta não é relevante, o que é relevante é que tenho de fazer bem o meu trabalho — defender a TAP e o dinheiro dos portugueses", declarou.
O ministro acha que ainda é possível um entendimento que permita pagar os ordenados em atraso e que passa por o "acionista privado compreender que a TAP tem direito a proteger-se" antes de fazer novos adiantamentos de capital à empresa de que é acionista (49,9%), que já totalizam 12,3 milhões de euros.

A TAP propôs efetuar à Groundforce (SPDH) um novo adiantamento de 2,05 milhões de euros para pagamento de salários de fevereiro aos 2.400 trabalhadores, exigindo em troca uma penhora da participação da Pasogal, empresa de Alfredo Casimiro, até ao pagamento da dívida — até a Groundforce receber o financiamento bancário.

"Aquilo que não conseguimos entender é, se de facto a intenção do acionista privado é pagar à TAP (a dívida), qual é o problema de assumir" (a penhora da sua participação). Ainda nos assusta mais", acrescentou.

Pedro Nuno Santos disse ainda que a TAP tem feito "um grande esforço para apoiar a Groundforce", mas que não pode continuar "a fazer adiantamentos sem ter garantias". 

"Temos feito um trabalho importante para apoiar a Groundforce nos últimos meses", através do adiantamento de verbas por serviços ainda não prestados, mas "chegou um momento em que a TAP deixou de poder continuar a fazer adiantamentos", afirmou.

A Pasogal, de Alfredo Casimiro, detém 50,1% da Groundforce e a TAP 49,9%.

C/Lusa
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