Economia
Governo recebe amanhã os especialistas do FMI
São esperados amanhã em Portugal os especialistas da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional. A equipa de especialistas vai reunir-se com os responsáveis do Ministério das Finanças para analisar os pormenores técnicos de um plano de resgate financeiro que poderá atingir os 80 mil milhões de euros.
Com a chegada do FMI e dos representantes das instituições europeias a Portugal, intensifica-se também a tensão entre as principais forças partidárias portuguesas, com as críticas da Oposição a visarem as opções e a hesitação do Governo em avançar para a mesa de negociações, e o Governo de gestão a criticar a falta de sentido de Estado da Oposição, que acusa de não assumir um compromisso em nome do futuro.
A equipa que amanhã chega a Portugal enfrentará também essa incerteza, numa altura em que se revela fundamental preparar negociações para alcançar o consenso mais alargado possível.
Lembrando que o PEC (Programa de Estabilidade e Crescimento) 4 é a base de negociação com as instituições europeias, no discurso de encerramento do XVII Congresso Nacional do PS, em Matosinhos, José Sócrates sublinhou que é o seu Governo que vai liderar as negociações com Bruxelas.
Foi assim que, depois de o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, ter atirado para a Oposição a responsabilidade de negociar ao pacote de ajuda, José Sócrates deixou claro que o Governo vai assumir esse papel de liderar as negociações com as instituições europeias.
"O momento exige elevação política e sentido de Estado", apontou o secretário-geral do PS, declarando que "o Governo assumirá a responsabilidade de liderar as negociações com as instituições europeias sobre o programa de assistência financeira, de modo a que o país não corra riscos no financiamento do Estado, do sistema bancário e da economia".
Sócrates deixaria ainda uma advertência à Oposição: "O que espero é que desta vez haja sentido de responsabilidade, consciência dos superiores interesses do país e apoio ao Governo de Portugal nesta difícil negociação que é crucial para o futuro dos portugueses".
“É a obrigação do Governo”
O PSD entende que "o Governo não faz mais do que avançar com a sua obrigação". Miguel Relvas, secretário-geral dos sociais-democratas, afirmava à saída do congresso socialista que "começa a ser penoso ver o PS numa situação em que está esgotado não tem ideias, se sente isolado".
"O Governo não faz mais do que avançar com a sua obrigação, está em gestão mas é o Governo do país, quem tem que conduzir essa negociação", sustentou Miguel Relvas, para acrescentar que "a questão que se coloca é que o primeiro-ministro disse que o Governo ia assumir as suas responsabilidades, desmentindo o ministro das Finanças".
Entretanto, o presidente do partido, Pedro Passos Coelho, defende que algumas medidas do pacote de ajuda internacional venham a ser negociadas depois das eleições de 5 de junho, de modo a refletirem já a estratégia política de um novo governo.
Se as instituições internacionais "querem a garantia de que um programa que seja negociado vai ser cumprido então acreditem no novo governo, é mais fiável, dá melhores condições de cumprir esse acordo do que o atual Governo que o país tem", explicou o líder da Oposição.
CDS-PP retira Sócrates do lote das soluções
O líder parlamentar dos democratas-cristãos considera que o Executivo de gestão "ouviu o apelo ao bom senso" e assumiu o papel que lhe cabe nas negociações da ajuda externa. Pedro Mota Soares insiste contudo que José Sócrates “não pode fazer parte da solução" eleitoral.
"Reconheço que o Governo mudou de posição e ouviu o apelo ao bom senso e à institucionalidade. O ministro das Finanças começou por dizer que se recusava a falar com os partidos políticos. Neste sentido, esta é obviamente uma mudança de posição que eu não posso deixar de saudar", declarou Pedro Mota Soares.
PCP aponta descrédito ao primeiro-ministro
Jerónimo de Sousa criticou a indefinição que durante uma semana pairou sobre o papel de comando da negociação da ajuda externa para acusar o primeiro-ministro de não praticar uma "política da verdade".
"Há dois dias proclamava que o Governo não ia negociar a intervenção externa. Hoje, fez-se ao congresso do PS a dizer que o Governo é que vai, afinal, negociar. Quem pode acreditar neste primeiro-ministro que não tem uma palavra, que não tem um compromisso sério, que não tem uma política de verdade", afirmou o secretário-geral do PCP.
BE afasta PS de um consenso de esquerda
Manuel Alegre já defendeu uma solução governativa gerada a partir de um consenso à esquerda. Esta ideia foi porém afastada pelo bloquista Francisco Louçã, que com o seu partido apoiou o socialista nas últimas Presidenciais.
"Estamos abertos a todos os consensos que representem uma alternativa para a economia portuguesa. José Sócrates disse hoje que o seu programa eleitoral é reduzir as pensões, os salários, facilitar os despedimentos", enumerou Louçã, defendendo que "a esquerda que defende Portugal e que quer salvar a economia rejeita a política do FMI".
"Todos os que votaram no PS sabem que José Sócrates conduziu uma política contrária aos seus valores. Os portugueses que foram enganados, já sabem da tragédia social que esta política representa, têm todo o direito de exigir que haja uma política de esquerda, com compromisso, com aliança, para que haja soluções", concluiu o líder do Bloco.
A equipa que amanhã chega a Portugal enfrentará também essa incerteza, numa altura em que se revela fundamental preparar negociações para alcançar o consenso mais alargado possível.
Lembrando que o PEC (Programa de Estabilidade e Crescimento) 4 é a base de negociação com as instituições europeias, no discurso de encerramento do XVII Congresso Nacional do PS, em Matosinhos, José Sócrates sublinhou que é o seu Governo que vai liderar as negociações com Bruxelas.
Foi assim que, depois de o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, ter atirado para a Oposição a responsabilidade de negociar ao pacote de ajuda, José Sócrates deixou claro que o Governo vai assumir esse papel de liderar as negociações com as instituições europeias.
"O momento exige elevação política e sentido de Estado", apontou o secretário-geral do PS, declarando que "o Governo assumirá a responsabilidade de liderar as negociações com as instituições europeias sobre o programa de assistência financeira, de modo a que o país não corra riscos no financiamento do Estado, do sistema bancário e da economia".
Sócrates deixaria ainda uma advertência à Oposição: "O que espero é que desta vez haja sentido de responsabilidade, consciência dos superiores interesses do país e apoio ao Governo de Portugal nesta difícil negociação que é crucial para o futuro dos portugueses".
“É a obrigação do Governo”
O PSD entende que "o Governo não faz mais do que avançar com a sua obrigação". Miguel Relvas, secretário-geral dos sociais-democratas, afirmava à saída do congresso socialista que "começa a ser penoso ver o PS numa situação em que está esgotado não tem ideias, se sente isolado".
"O Governo não faz mais do que avançar com a sua obrigação, está em gestão mas é o Governo do país, quem tem que conduzir essa negociação", sustentou Miguel Relvas, para acrescentar que "a questão que se coloca é que o primeiro-ministro disse que o Governo ia assumir as suas responsabilidades, desmentindo o ministro das Finanças".
Entretanto, o presidente do partido, Pedro Passos Coelho, defende que algumas medidas do pacote de ajuda internacional venham a ser negociadas depois das eleições de 5 de junho, de modo a refletirem já a estratégia política de um novo governo.
Se as instituições internacionais "querem a garantia de que um programa que seja negociado vai ser cumprido então acreditem no novo governo, é mais fiável, dá melhores condições de cumprir esse acordo do que o atual Governo que o país tem", explicou o líder da Oposição.
CDS-PP retira Sócrates do lote das soluções
O líder parlamentar dos democratas-cristãos considera que o Executivo de gestão "ouviu o apelo ao bom senso" e assumiu o papel que lhe cabe nas negociações da ajuda externa. Pedro Mota Soares insiste contudo que José Sócrates “não pode fazer parte da solução" eleitoral.
"Reconheço que o Governo mudou de posição e ouviu o apelo ao bom senso e à institucionalidade. O ministro das Finanças começou por dizer que se recusava a falar com os partidos políticos. Neste sentido, esta é obviamente uma mudança de posição que eu não posso deixar de saudar", declarou Pedro Mota Soares.
PCP aponta descrédito ao primeiro-ministro
Jerónimo de Sousa criticou a indefinição que durante uma semana pairou sobre o papel de comando da negociação da ajuda externa para acusar o primeiro-ministro de não praticar uma "política da verdade".
"Há dois dias proclamava que o Governo não ia negociar a intervenção externa. Hoje, fez-se ao congresso do PS a dizer que o Governo é que vai, afinal, negociar. Quem pode acreditar neste primeiro-ministro que não tem uma palavra, que não tem um compromisso sério, que não tem uma política de verdade", afirmou o secretário-geral do PCP.
BE afasta PS de um consenso de esquerda
Manuel Alegre já defendeu uma solução governativa gerada a partir de um consenso à esquerda. Esta ideia foi porém afastada pelo bloquista Francisco Louçã, que com o seu partido apoiou o socialista nas últimas Presidenciais.
"Estamos abertos a todos os consensos que representem uma alternativa para a economia portuguesa. José Sócrates disse hoje que o seu programa eleitoral é reduzir as pensões, os salários, facilitar os despedimentos", enumerou Louçã, defendendo que "a esquerda que defende Portugal e que quer salvar a economia rejeita a política do FMI".
"Todos os que votaram no PS sabem que José Sócrates conduziu uma política contrária aos seus valores. Os portugueses que foram enganados, já sabem da tragédia social que esta política representa, têm todo o direito de exigir que haja uma política de esquerda, com compromisso, com aliança, para que haja soluções", concluiu o líder do Bloco.