Grande Entrevista. Miranda Sarmento diz que "era bom" que peso espanhol na banca "não aumentasse"
Na Grande Entrevista da RTP3, Joaquim Miranda Sarmento reagiu à notícia do Jornal Económico a dar conta do interesse, por parte do Caixa Bank, em avançar com uma oferta para a compra do Novo Banco. O ministro de Estado e das Finanças em exercício acredita que não é do interesse do país que o banco português seja comprado por um grupo espanhol - está em causa "concentração e dependência". Sobre um possível interesse da Caixa Geral de Depósitos, considera que a decisão será sempre do banco público.
"Creio que por uma questão de concentração e de dependência esse valor não devia subir", considerou o ainda ministro das Finanças.
Segundo Miranda Sarmento, seria bom "para o mercado bancário português que a presença espanhola não aumentasse".Sem pôr em causa as regras do mercado, Miranda Sarmento explicou que "é do interesse do país que não haja uma excessiva dependência, uma excessiva concentração do nosso sector bancário nas mãos de bancos de um único país como Espanha".
Negando que o Governo "não vê com bons olhos" a venda do Novo Banco, Miranda Sarmento repetiu: "O país não ganha em ter demasiada concentração e dependência no seu setor bancário".
O grupo espanhol já detém o BPI em Portugal e contratou a consultora Deloitte para avaliar as condições da compra. O Novo Banco está avaliado entre cinco mil e 507 mil milhões de euros. O Estado Português detém 25 por cento e o restante capital é do fundo Lone Start.
Questionado sobre as declarações de Paulo Macedo, presidente da Caixa Geral de Depósitos, e se a CGD poderia ser um dos compradores do Novo Banco, Miranda Sarmento afirmou que "a Caixa atua no mercado bancário como qualquer outro banco".
"O que eu sempre disse foi: se a Caixa analisar as condições de mercado e entender que pode fazer uma proposta sobre o Novo Banco terá de apresentar essa proposta ao acionista e o acionista pronunciar-se-á sobre a proposta concreta", esclareceu. E adiantou: "A Caixa é que tem de analisar as condições de mercado".
Veja ou reveja aqui, na íntegra, a Grande Entrevista.