Grande parte dos portugueses considera que poupar é difícil ou extremamente difícil

Os portugueses consideram que poupar, nos dias de hoje, é "difícil ou extremamente difícil", segundo um estudo da Universidade do Porto.

Inês Moreira Santos - RTP /
AFP

O novo relatório do Observatório de Desafios Sociais do Centro de Psicologia da Universidade do Porto, divulgado esta quinta-feira, revelou que no ano passado 75,2 por cento dos portugueses poupou dinheiro, mas reconhece que é “difícil”.

“A maioria dos portugueses poupou em 2024 (75,2 por cento) e (…) pretende poupar ainda mais em 2025 do que poupou no ano anterior (44,1 por cento)”, lê-se no documento. “No entanto, mesmo com este hábito de poupança, poupar dinheiro continua a ser algo extremamente difícil ou difícil para a maioria dos portugueses (55,5 por cento)”.

Embora queiram poupar mais, “os portugueses não se mostram muito otimistas quanto à economia do país para 2025”. Mais de 46 por cento dos inquiridos deste estudo acredita que a “a economia de Portugal irá piorar”, contra os 14,1 por cento que acha que vai melhorar.

“Já no que diz respeito à sua própria situação financeira, a perceção está mais equilibrada: 23.1 por cento acreditam que a sua situação financeira irá melhorar, enquanto 27 por cento preveem que irá piorar”.

Há ainda 54,4 por cento que “admite gastar menos do que aquilo que ganha e tem o habito de fazer uma lista de compras (76,7 por cento)”. Sendo que, relativamente aos hábitos de compra, no ano passado, cerca de “11,4 por cento dos portugueses realizaram compras por pânico, enquanto 24,7 por cento compraram como forma de aliviar sentimentos negativos”. E há ainda 31,5 por cento que fez “compras por impulso, e 9,6 por cento” que adquiriu “produtos com o objetivo de impressionar outras pessoas”.

Contudo, grande parte dos portugueses (54,6 por cento) “procurou melhorar a sua literacia financeira, e 64,9 por cento pretendem fazê-lo em 2025”.

E há um outro ponto de destaque neste estudo: “20,1 por cento concorda ou concorda totalmente que a quantidade de posses e de bens materiais que uma pessoa possui é um indicador da sua felicidade e sucesso”.

Sobre as influências nas compras, mais de 54 por cento dos inquiridos consideram que “a preocupação com questões ambientais” pesa nas decisões de compra. E pelo menos 34 por cento reconhecer que pode ter em conta “as opiniões e comentários nas redes sociais antes de adquirir algum produto”.

O relatório de resultados sobre Hábitos de Consumo e Poupança relativo a 2025 reuniu dados entre 17 de abril e 23 de maio, usando uma amostra representativa da população portuguesa que contou com 1.032 participantes de todas as regiões do continente e arquipélagos da Madeira e dos Açores.

O Observatório de Desafios Sociais (ODESS) foi criado em 2021 com o objetivo de compreender as perspetivas dos cidadãos residentes em Portugal sobre diversos temas sociais que representam desafios para a democracia, a justiça social, a igualdade e a inclusão efetiva de diferentes grupos sociais.
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