Grandes empresas procuram menos empréstimos bancários no 3.º trimestre

por Lusa

A procura de empréstimos por parte de empresas diminuiu, no terceiro trimestre, sobretudo por parte de grandes empresas e nos empréstimos de curto prazo, revelou hoje um inquérito do Banco de Portugal (BdP).

Esta é uma das conclusões da edição de outubro do "Inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito" do Banco de Portugal (BdP), onde, além do balanço sobre o terceiro trimestre são também apresentadas as perspetivas para o período de outubro a dezembro de 2021.

De acordo com a análise do banco central, os motivos para a diminuição prendem-se com a "avaliação muito heterogénea por parte dos bancos, sendo a ligeira diminuição das necessidades de financiamento do investimento o fator mais referido".

No sentido inverso, a procura de empréstimos por parte de particulares aumentou, sobretudo no crédito à habitação, com a confiança dos consumidores e o nível das taxas de juro a contribuir para a subida.

As expectativas do BdP para o trimestre seguinte são de um aumento da procura de empréstimos para empresas, mais significativo nos de curto prazo e para pequenas e médias empresas (PMEs) e, no crédito a particulares, destaca-se a expectativa de aumento da procura para consumo e outros fins.

Segundo o estudo, o terceiro trimestre não trouxe alterações no que diz respeito aos critérios de concessão de crédito, em todas as dimensões de empresas e maturidades dos empréstimos, bem como no crédito a particulares para habitação e para consumo e outros fins.

Já quanto aos termos e condições do crédito, também não se verificaram alterações no conjunto das empresas, mas houve uma melhoria no crédito concedido às grandes empresas, nomeadamente diminuição nos `spreads` dos empréstimos de risco médio.

Ainda neste segmento, registou-se uma ligeira diminuição nos `spreads` dos empréstimos de maior risco, uma ligeira melhoria no que respeita ao montante do empréstimo, às condições contratuais não pecuniárias e à maturidade.

No caso de crédito a particulares para habitação e consumo, mantiveram-se os termos e condições.

De acordo com o banco central, no crédito ao conjunto das empresas, a perceção de riscos contribuiu ligeiramente para o aumento dos `spreads` nos empréstimos de maior risco.

As expectativas para o próximo trimestre indicam que os bancos esperam que os critérios de concessão de crédito a empresas e a particulares se mantenham "praticamente inalterados".

O questionário que esteve na base do inquérito hoje divulgado pelo BdP foi enviado aos bancos em 20 de setembro, tendo o envio das respostas ocorrido até ao dia 04 de outubro.

pub