Fátima Lima, gerente da empresa, garantiu hoje à agência Lusa que o Hotel Candelária, cujo investimento ascendeu a cinco milhões de euros de capitais próprios, está vocacionado para um mercado que procura a "plena tranquilidade e bem-estar".

"Este é o primeiro hotel criado em Portugal com a intenção de ser cem por cento livre de tabaco", afirmou a responsável, explicitando que "no interior da unidade hoteleira é proibido fumar".

"O facto de ser um hotel para não fumadores não tem afastado clientes, porque aqueles que fumam ou vão à rua ou procuram a zona da piscina para fumar", acrescentou a empresária.

Fátima Lima sustentou que vários clientes fumadores já admitiram que durante a sua estadia fumaram menos cigarros em relação ao que habitualmente consumiam.

"Esta iniciativa é um incentivo para deixar de fumar", admitiram.

Os fumadores, segundo a empresária, "gostam do hotel e os não fumadores gostam muito mais".

"A ocupação, por enquanto, não está a 100 por cento, como desejaríamos, mas também reconhecemos que há muita gente que não conhece ainda o hotel", adiantou.

Para Fátima Lima, a média de ocupação actual ronda os 40 por cento da capacidade do hotel, o que considera "muito satisfatória".

O Hotel Candelária, quatro estrelas, pertencente a uma empresa do Grupo Xavier de Lima, tem 50 quartos e duas suites, restaurante, piscina, um amplo espaço de lazer e parque de estacionamento.

O restaurante serve, entre outras, a cozinha tradicional alentejana "muito elaborada".

De acordo com a gerente da empresa, a abertura do hotel permitiu a criação de 30 postos de trabalho.

A unidade hoteleira integra ainda um salão de eventos com capacidade para 300 pessoas, mas quando adaptado a auditório permite albergar 700 pessoas.

O novo hotel beneficia da recente abertura do novo complexo das termas de Cabeço de Vide, um investimento de seis milhões de euros.

As termas, geridas pela junta de freguesia local e preparadas para funcionar durante todo o ano, podem receber até 15.000 utentes.

Esta estância termal é uma das mais frequentadas de Portugal e os aquistas portugueses e espanhóis que a frequentam são provenientes, sobretudo, das regiões de Lisboa, Alentejo e da Extremadura espanhola.

As nascentes de água minero-medicinal de Cabeço de Vide, procuradas pelo seu valor terapêutico no tratamento de problemas reumáticos, respiratórios e dermatológicos, são conhecidas desde tempos antigos pelo nome de "A Sulfúrea", existindo vestígios de um antigo balneário romano, provavelmente do tempo do imperador César Augusto.