Inflação do Reino Unido atinge 9,1% e é a mais elevada dos últimos 40 anos

por RTP
Os preços dos alimentos e das bebidas não-alcoólicas estão a empurrar a inflação no Reino Unidos para níveis recorde Reuters

O ritmo de aumento dos preços de bens e serviços no mercado britânico acelerou para níveis de há quatro décadas, particularmente nos alimentos, com destaque para o pão, cereais e carne, assim como bebidos não alcoólicas. Os preços dos transportes, da habitação, da água, da eletricidade e do gás estão igualmente a subir.

A inflação atingiu 9.1 por cento em maio face ao período homólogo e face aos nove por centro registados em abril, afirmou o gabinete britânico de estatísticas, ONS. O mesmo organismo refere que os motores da inflação têm sido a energia e os combustíveis mas que o agravamento provém do setor alimentar. A inflação reflete o ritmo de aumento de preços, se por exemplo um litro de leite custar um euro e o seu preço subir cinco cêntimos em comparação com os 12 meses anteriores, então a inflação do leite é de cinco por cento.

Trabalhadores e sindicatos estão a exigir compensações salariais para compensar o aumento dos preços mas o executivo de Boris Johnson tem alertado para o perigo de ser desencadeada uma espiral inflacionista como a registada nos anos 70 do século XX, se as empresas fizerem refletir os aumentos salariais nos preços dos seus produtos.

A inflação atual no Reino Unido é a mais elevada desde março de 1982, quando chegou igualmente aos 9.1 por cento, e o Banco de Inglaterra avisou que poderá subir até aos 11 por cento este ano.
Aumentos, aumentos, aumentos
Numa sondagem da BBC a mais de 4000 pessoas, 82 por cento consideraram que os seus salários deveriam aumentar para acompanhar a subida dos preços de bens e serviços. Em abril os britânicos sofreram um aumento sem precedentes de 700 libras anuais dos custos com energia e os aumentos dos combustíveis em junho implica que encher um depósito de um veículo familiar custa agora mais de 100 libras.

Os funcionários dos serviços ferroviários britânicos estão a cumprir três dias de greve coordenada em luta por aumentos salariais, empregos e condições laborais. Exigem aumentos de sete por cento contra os três por cento oferecidos pelas empresas.

O maior sindicato dos professores ameaça igualmente paralisar se não houver aumentos superiores aos três por cento propostos pelo Governo.

Temos de parar de piorar o problema ao empolar as exigências salariais que só irão prolongar o aumento da inflação que atinge sobretudo os mais pobres” reagiu Dominic Raab, responsável pela pasta das Finanças do Reino Unido à BBC.

A ONS sublinhou que os preços dos alimentos das bebidas não alcoólicas ajudaram a aumentar a inflação em maio.

Uma das principais cadeias de supermercados do país afirmou que os seus clientes têm colocado máximos de 30 libras ao abastecer os veículos nas suas bombas de combustível ou nos seus carrinhos de compras, adquirindo menos ou preferindo produtos de marca branca ou promoções.

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