Inflação no Brasil em janeiro foi a maior para o mês em seis anos

A inflação brasileira em janeiro foi de 0,54%, a maior taxa para o mês dos últimos seis anos, anunciou hoje o Instituto Brasileiro de Geográfica e Estatística (IBGE).

Lusa /
Joedson Alves - EPA

A inflação do primeiro mês de 2022 duplicou face à registada no mesmo período de 2021 (0,25%) e foi o valor mais elevado para o mês de janeiro desde 2016 (1,27%).

A subida dos preços em janeiro colocou a taxa dos últimos doze meses em 10,38%, acima dos 10,06% registados até dezembro do ano passado.

O índice de janeiro, no entanto, registou uma desaceleração face aos meses imediatamente anteriores, após a inflação de outubro de 2021 atingir 1,25%, a de novembro 0,95%, e a de dezembro 0,73%.

Da mesma forma, a taxa de janeiro foi a menor num mês no Brasil desde a medição de abril do ano passado (0,31%).

O resultado de janeiro reforçou os receios dos economistas de que a inflação no Brasil em 2022 ultrapassará a meta estabelecida pelo Banco Central pelo segundo ano consecutivo.

O órgão emissor espera que o país termine este ano com uma taxa de inflação de 3,50%, com margem de tolerância de 1,5 pontos percentuais para cima ou para baixo. Os analistas, porém, já projetam uma inflação de 5,44% para este ano.

A inflação já havia superado a meta do Banco Central em 2021 quando ficou em 10,06%, a maior num ano desde 2015 (10,67%), impulsionada pela subida acentuada nos preços dos combustíveis (49,02%) e nas tarifas de energia elétrica (21,21%).

Por isso, a taxa praticamente dobrou a meta do Banco Central brasileiro, que esperava inflação em 2021 em 3,75%.

De acordo com os dados divulgados pelo IBGE, ao contrário dos últimos meses, em que a inflação foi pressionada pelos preços dos combustíveis, em janeiro a taxa subiu impulsionada principalmente pelo aumento de itens para residências, que variaram 1,82%, acima dos 1,37% registados em dezembro.

Entre os itens para residência que mais aumentaram os preços estão eletrodomésticos (2,86%) e móveis (2,41%).

A economia brasileira contraiu-se 3,9% em 2020 como resultado da crise gerada pela pandemia de covid-19 e espera-se que tenha crescido 4,5% em 2021 - segundo as últimas projeções -, mas os analistas já preveem uma forte desaceleração em 2022, com uma expansão máxima de 0,3%.

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