Inflação no Japão abranda mais que o previsto em junho
A inflação no Japão abrandou mais do que o esperado em junho, mas mantém-se acima da meta do banco central, impulsionada pelo preço do arroz, que duplicou em um ano, foi anunciado, esta sexta-feira.
Os aumentos dos preços no consumidor (excluindo os produtos frescos) atingiram no mês passado 3,3% em termos homólogos, uma redução face à subida de 3,7% registada em maio, a mais elevada desde janeiro de 2023.
Os economistas consultados pela agência de notícias financeiras Bloomberg previam um aumento de 3,4%, mas a inflação permanece acima da meta de 2% estabelecida pelo Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês).
A inflação está a agravar o descontentamento com o governo do primeiro-ministro conservador, Shigeru Ishiba, antes de eleições para o Senado, a câmara alta do parlamento do Japão, no domingo.
Aos 68 anos, Ishiba lidera um governo minoritário, depois do Partido Liberal Democrático (PLD) ter sofrido uma derrota nas eleições legislativas de outubro.
De acordo com sondagens, a coligação governamental, formada pelo PLD e pelo aliado Komeito, corre o risco de perder a maioria no Senado no domingo, o que poderia forçar a demissão do primeiro-ministro.
Numa tentativa de mitigar o impacto para as famílias, Ishiba alargou os subsídios à habitação e à energia e prometeu emitir cheques de 20 mil ienes (116 euros) a cada cidadão.
Um dos temas centrais da campanha foi o preço do arroz, que disparou desde o outono, levando as autoridades a libertarem parte das reservas estratégicas de arroz do país.
Os preços do arroz subiram 99,2% em junho, face ao período homólogo, ainda assim um ligeiro abrandamento após um aumento de 101% em maio, níveis que não se viam há pelo menos meio século.
"O principal fator por detrás da desaceleração da inflação em junho foi a forte queda dos preços da energia, que refletiu a retoma dos subsídios à gasolina", observou Abhijit Surya, analista da Capital Economics.