Israelita OrCam entra em Portugal com solução para pessoas com visão reduzida

por Lusa

Lisboa, 30 jun (Lusa) - A israelita OrCam Technologies vai entrar no mercado português através de uma solução para pessoas com reduzida visão, esperando que o equipamento venha a ser comparticipado em Portugal, disse à Lusa a diretora de desenvolvimento de negócio.

A OrCam foi criada "por dois inovadores israelitas em 2010", especialistas na área da visão artificial, depois de em 2009 terem desenvolvido a Mobileye, que opera na área da condução autónoma e que permite prevenir acidentes de viação, que entretanto foi adquirida pela tecnológica Intel, adiantou Rotem Geslevich.

A solução MyEye 2.0 passa por uma pequena câmara que é colocada no aro dos óculos e consegue memorizar e reconhecer 200 rostos, ler documentos e reconhecer mais de 200 produtos, convertendo a informação visual para voz, em português, em tempo real.

A aposta no mercado português surge depois de a OrCam ter entrado no mercado brasileiro.

"Em 2015, a OrCam começou a vender" a solução pela primeira nos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Israel, disse Rotem Geslevich, salientando que a tecnológica tem uma equipa de desenvolvimento dedicada à linguagem.

"Desenvolvemos a língua portuguesa para o Brasil há seis meses porque tivemos uma grande encomenda", disse, acrescentando que daí surgiu "uma oportunidade para Portugal", tendo a língua sido adaptada ao país.

Sem adiantar valores de investimento, a diretora de desenvolvimento de negócio disse que a OrCam pretende ter dois distribuidores da sua solução em Portugal, tendo já um na mira.

O aparelho, que cabe na palma da mão, custa cerca de 4.500 euros, mas Rotem Geslevich espera que possa haver comparticipação do Estado na sua aquisição, adiantando que vai falar com responsáveis do Governo sobre esta possibilidade.

"Este é um nicho de mercado dirigido a uma indústria focada, não podemos vender a qualquer distribuidor", salientou, apontando que a maioria dos utilizadores desta solução "têm reduzida capacidade de visão".

Rotem Geslevich espera que o Estado português subsidie parte do dispositivo "para que todos possam ter acesso" à solução.

O dispositivo também consegue ler códigos de barras, dando informação ao seu utilizador dos produtos enquanto este está a realizar compras num espaço de retalho, reconhecer dinheiro e ainda cores.

"Estamos a vender [a solução] em 25 países, com 15 línguas. Agora estamos a trabalhar nas línguas asiáticas como japonês e chinês, entre outras. É um produto que ajuda as pessoas com visão reduzida a serem independentes", concluiu.

No início deste ano, a OrCam concluiu uma ronda de investimento, angariando 41 milhões de dólares (cerca de 35,1 milhões de euros, à taxa de câmbio atual).

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