Jorge Monteiro, que falava à margem de uma visita do ministro da Agricultura ao Douro, afirmou que, desde Janeiro até agora, o IVDP "detectou e corrigiu" 700 situações irregulares de atribuição de benefício de vinho do Porto, dando como exemplo, a atribuição de benefício a terrenos onde já não há vinha.

"Temos recebido muitas comunicações de denúncias por escrito e sempre que se verifica que é verdade actuamos e punimos se houver responsabilidade, mas, no mínimo impedimos que se faça vinho do Porto com essa autorização de produção", afirmou Jorge Monteiro aos jornalistas.

Atribuído individualmente pelo IVDP, o benefício é uma percentagem do total de produção de vinho que os produtores podem transformar, por cada colheita, em vinho do Porto.

Hoje mesmo, o instituto público enviou as suas brigadas a Murça, para averiguaram uma denúncia feita por um jornal regional, de atribuição de benefício aos terrenos onde, há ano e meio, foi inaugurado o Estádio Municipal de relva sintética.

"Tanto quanto sabemos parece verificar-se que há ali um titular de benefício de mosto generoso que não possui vinha na zona do campo de futebol de Murça", referiu.

Jorge Monteiro acrescentou que esta situação poderá arrastar-se desde 2003.

"Estamos a tentar apurar se a falha foi do titular que não comunicou à Casa do Douro o arranque ou se comunicou e os dados não foram actualizados", frisou.

O responsável garantiu que, se a notícia for confirmada, "não será produzido um único litro de vinho do Porto com aquela autorização".

O responsável reconheceu que, com 105 mil parcelas de vinha na região, podem aparecer situações dessas podem aparecer.

PLI.

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