Juiz bloqueia deportação de um dos cinco europeus sancionados pelos EUA
Um juiz suspendeu hoje o processo de deportação de Imran Ahmed, britânico residente nos Estados Unidos e fundador da organização não-governamental (ONG) Centro de Combate ao Ódio Digital, um dos cinco europeus sancionados por governo norte-americano.
As sanções anunciadas esta semana, pelo alegado papel dos cinco visados na promoção da censura de plataformas digitais norte-americanas, incluem o impedimento de entrada nos Estados Unidos.
Depois de a equipa jurídica do diretor executivo da ONG ter interposto uma ação contra o governo de Donald Trump, o juiz Vernon S. Broderick, do distrito sul de Nova Iorque, decidiu a favor de Ahmed, que poderia ser deportado e separado da sua mulher e filho, ambos cidadãos norte-americanos.
De acordo com documentos judiciais analisados pela estação BBC e citados hoje pela agência EuropaPress, o juiz determinou que Ahmed, que reside atualmente em Nova Iorque com a sua família, não pode ser detido e posteriormente deportado até que o seu caso seja analisado pelo sistema judicial norte-americano.
Além de Ahmed, Trump impôs esta semana restrições de vistos a outros quatro cidadãos europeus: o ex-comissário da União Europeia para o Mercado Interno, Thierry Breton; Clare Melford, do Global Disinformation Index; e Anna-Lena von Hodenberg e Josephine Ballon, ambas da HateAid.
O Departamento de Estado considera que "estes ativistas radicais e ONG politizadas promoveram medidas repressivas de censura por parte de estados estrangeiros dirigidas contra americanos".
A diplomacia norte-americana determinou que a sua presença nos Estados Unidos "tem consequências potencialmente graves para a política externa do país".
As sanções contra os cidadãos europeus, sobretudo contra Breton, provocaram condenação da Comissão Europeia e de países como França e Espanha, que sublinharam que o seu papel é representar "organizações da sociedade civil que lutam contra a desinformação e o discurso de ódio".